“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho nascido de uma mulher...”
A oitava do nascimento de Jesus inicia o 1º dia do Ano Novo. Meditamos a participação de Maria no mistério da Encarnação. Na pessoa da humilde donzela de Nazaré, descobrimos a passagem de Deus para o nosso tempo e história.
A novidade inaudita aconteceu e alicerçou a esperança dos homens e das mulheres em todos os tempos. O seio da Virgem acolheu a vida divina e trouxe-nos o maior dom, a maior graça: a Bênção de Deus para todos nós: Jesus! Ele é a bênção! Presente divino aos cuidados da agraciada a mãe do Verbo.
São Paulo resumiu numa frase o que Maria significa no mistério de Jesus:
“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei, para que todos recebêssemos a filiação adotiva”. (Gl 4, 4-5)
No rosto humano de Jesus resplandeceu sobre nós a face de Deus; “a face de Deus brilha sobre o seu povo”, seu “rosto está presente e comunica a paz”: conforme as palavras da 1ª leitura da missa de hoje. “Fazer resplandecer o rosto” significa, na linguagem bíblica, manifestar benevolência, bem-querer infinito!
Jesus é a nossa paz! A paz bíblica é a posse de todos os bens que podemos desejar, alcançar e partilhar uns com os outros. Em Jesus se manifesta a solidariedade do próprio Deus com a gente mais humilde. Seu nome significa exatamente isso: Javé está nos salvando! Deus é o salvador! Ao receber o nome, o menino ‘filho de Maria’ e Filho de Deus entrou na história humana, assumiu a cultura e os valores de um povo e realizou os anseios de todos os homens.
Todos esses aspectos bíblico-históricos da visão cristã sobre o homem e o mundo, são celebrados no 1º dia do ano, Dia mundial da Paz e da Fraternidade Humana. Os calendários dos povos começam o ano com alegria, festejos, comemorações, votos efusivos e alvissareiros, e partilham o desejo de um futuro bom.
A chegada de mais um ano abre a cortina de esperança sobre todos os projetos. A cultura da passagem é festiva e, ao mesmo tempo, alienante. A euforia inicial, não dura nem nos dias seguintes. Uns acalentam esperanças, outros descreem delas e aproveitam só os prazeres celebrativos.
Mas, os augúrios festivos no ano novo, no show da virada, no réveillon, apesar de toda animação e comemorações de praxe, não dão o passaporte para um ano melhor, não garantem o futuro bom, nem a certeza do progresso. Não eliminam num passe de mágica a corrupção política, a ambição no exercício dos cargos públicos e nos poderes republicanos. Não geram mais saúde, mais justiça, mais bem-estar para a cidadania.
Só desejar sucesso, coisas boas, trocar votos de felicidade nada promete nem realiza. O que vai nos acontecer nesse ano? É sempre: “a pulga atrás da orelha”… As guerras continuarão aqui e ali no mundo? Atos terroristas ceifarão vidas inocentes? E entre nós, a economia do País vai se recuperar? A herança maldita do desemprego continuará atormentando? A Lei de fato vai afastar e punir os que nos legaram um País sofrido?
Além dos bons propósitos, o discípulo de Jesus lança à frente o olhar da fé! Sabe que desejar sucesso e coisas boas, trocar votos de felicidade por si nada realizam sem a confiança total em Deus.
Entreguemo-nos, pois, confiantes ao Pai do Céu, através da fé em Jesus Cristo e sob o olhar materno de Maria. Ela é a pessoa invocada no 1º dia de cada ano, na liturgia cristã. Filha predileta do Pai, Maria é a mãe e a primeira discípula de Jesus, é a glória e honra da Igreja peregrina, “povo de Deus”. Pedimos a sua companhia ao iniciar a caminhada de mais um ano: queremos seu amparo e proteção em todos os dias à frente. O futuro, mesmo se previsível, é sempre horizonte desconhecido e indevassável.
Imitemos Maria caminhando com Deus! Quais foram suas atitudes, como agiu face à gravidez e ao nascimento de Jesus em Belém? Ela continuou sendo a mesma donzela frágil, humilde, desprovida de recursos materiais e de posição social. Não foi e nem quis ser endeusada, admirada e louvada. Simplesmente continuou sua vida normal, ignorada pelo grande público.
Tudo se passava aos olhos do povo dentro da normalidade das situações. Mas, o evangelista Lucas fala sobre a reação interior da Virgem-Mãe, na fé e entrega confiante ao Deus da vida: “Maria guardava e meditava todos os fatos em seu coração” (2,19).
Não adoraremos Jesus, o Verbo feito carne, sem reverenciar, ao mesmo tempo, o papel de Nossa Senhora nesse mistério. Ela, a mulher de fé exemplar, nos ajudará sempre que a invocarmos ao longo desse ano. Em todas as situações, sejamos parceiros do Senhor. Seus aliados nos projetos e na peregrinação.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.