Solenidade da Ss. Trindade (Jo 3,16-18)
O calendário cristão distribui as celebrações festivas da fé em dois grandes ciclos: o Natal e a Páscoa. A Páscoa é mais importante. Centraliza acontecimentos e reflexões da fé em Jesus Cristo ressuscitado. O estudo e a piedade popular abriram espaço no calendário para duas celebrações sobre a pessoa e o mistério de Jesus que não se encaixam nem no ciclo natalino, nem no ciclo pascal. É o dia da Santíssima Trindade e o dia do Corpo de Deus. As duas festas introduzem uma separação entre os dois ciclos litúrgicos. Separam o ciclo pascal do chamado “tempo comum”.
A festa da Santíssima Trindade abre o “tempo comum” na sequência dos domingos e semanas. É o tempo em que, sem nenhuma celebração específica, as comunidades cristãs buscam seu crescimento espiritual continuado. Por isso o domingo marca a divisão das semanas como “páscoa semanal”. De sete em sete dias, a Igreja faz conosco a memória do acontecimento base da vida cristã: a Páscoa. A ressurreição de Cristo. Amamos e seguimos os ensinamentos de Jesus ressuscitado concretizando-os na vida pessoal e comunitária. E então ele vai nos introduzindo no mistério de Deus em sua profunda realidade. Quem é Deus? Ele é único, revela Jesus, mas é tri-pessoal. Ou uma trindade de pessoas. Foi desse modo que Deus se revelou e se relaciona conosco na vinda de Jesus. Revelou-se como Criador: fonte e origem de todas as coisas. Jesus o tratava como Pai! Ele é o Filho porque veio ao mundo como o Verbo, a “palavra-viva” divina, não criada, mas que assumiu a nossa carne humana na pessoa de Jesus de Nazaré. Nós adoramos o Filho gerado pelo amor do Pai e que veio ao mundo como salvador e senhor da história. É a revelação da segunda pessoa da Trindade Santa. No seu relacionamento com os homens através da vida de Jesus Deus revelou também seu grande amor. Um amor santificador e salvador da pessoa. Restaura, regenera e anima a tudo e a todos. Ele nos une cada vez mais a Jesus e nele nos capacita para fazermos a vontade divina. A Bíblia vê o agir de Deus no amor revelado em Jesus e o chama de Espírito Santo. Ou sopro vital divino. Terceira pessoa da Trindade.
Crer em Jesus Cristo é conhecer o mistério de Deus e de seu amor por nós.
Na festa da Santíssima Trindade que abre o tempo comum a leitura bíblica nos propõe uma opção fundamental em relação a Deus: crer no Filho que Ele nos enviou. Crer em Jesus Cristo é conhecer o mistério de Deus e de seu amor por nós. Leia: João 3,16-18.
Esta é a catequese de São João redigida na forma de um diálogo entre Jesus e um tal Nicodemos. São João nos informa tratar-se de alguém que fazia parte da elite dos judeus. O diálogo desvenda o mistério pleno de Jesus em sua vinda aos homens. Conhecer Jesus é descobrir a maior novidade da história. Deus ama os homens e os quer salvar. Comunica-lhes a sua própria vida e felicidade por meio de Jesus. Ele, rejeitado e condenado à morte na cruz pelos homens, foi justificado por Deus. Nicodemos era um judeu integrante dos círculos de saber. No diálogo com Jesus ele representa o povo escolhido para ser aliado de Deus no primeiro projeto de amor salvador. Mas, em Jesus Deus renovou sua aliança de salvação não mais com um povo só, e sim com todos os homens.
Deus nos ama não porque sejamos bons ou merecemos ser amados. Nem porque por ser justo Ele tem que nos recompensar por alguma boa ação. Ele nos ama simplesmente. E revela esse amor na pessoa de Jesus, no seu jeito de ser, falar e agir. A partir de Jesus descobrimos que Deus nos ama porque ele é bom e quer nos salvar. Quer nos fazer participantes da sua vida feliz! Vida santa, infinita, plena e eternamente gratificante.
O texto de São João é breve. Mas, indica a responsabilidade tremenda da vida humana em cada pessoa. Alerta cada um de nós para a felicidade que Deus nos oferece e que pode ser rejeitada de modo trágico por nós. Se Jesus é a prova visível do amor de Deus que entregou seu Filho único para não nos condenar e sim salvar, então a escolha final está em nossas mãos. Deus já fez tudo o que podia fazer por nós! O que podemos fazer? Decidir! Escolher! Aceitar ou recusar o amor de Deus. Está aí o máximo dilema posto a cada homem: acreditar ou não acreditar em Jesus! Disso depende a sorte final: ser salvo ou ser condenado. O texto nem menciona um juízo futuro. Esse já está acontecendo agora: na fé ou na descrença. Ter fé em Jesus é garantia de um destino feliz eternamente. Não ter fé já é antecipar a condenação.
Deus-Amor já fez tudo para nos salvar! Deus amou tanto o mundo! A primeira depositária desse amor foi Maria. Por meio dela aconteceu o diálogo da salvação em Jesus. Mãe do salvador, ela mora no seio da Trindade Santa e para nós está no coração da Igreja.
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