Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Homilias Atualizada em 26 MAR 2019 - 12H44

Homilia 4º Domingo Comum Ano B

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Marcos 1,21-28    (01.02.15)

 Prática de Jesus: ensino, libertação e cura

A liturgia do 4º domingo comum-B nos mostra que Deus sempre vem ao nosso encontro com sua Palavra, anunciada primeiro pelos Profetas e por último por Jesus Cristo.  O encontro com Deus nos desafia e nos liberta das injustiças e opressões no interior e no exterior. Ao mesmo tempo nos faz refletir atentos à sua inspiração e intencionados em nos desinstalar para viver aquilo que Dele ouvimos e acreditamos. No início do ministério junto ao povo Jesus provocou a admiração geral, mas foi uma adesão superficial. Marcos observa que: “Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da Lei.” (Marcos, 1, 22).  Esta comparação destaca de imediato na prática de Jesus: por um lado o ensino cativante, envolvente e questionador da autoridade oficial dos Mestres da Lei ou escribas. Por outro lado, a confirmação desse ensino com gestos solidários. Com atos libertadores em favor das pessoas oprimidas interna ou externamente. Convém notar que “prática” (ou práxis) é um conceito clássico na interpretação bíblica para descrever o modo de ser e relacionar-se de Jesus com as coisas de Deus e os problemas das pessoas mais sofridas do seu tempo.

Por isso, o evangelista diz que Jesus ensinava com autoridade, indo muitas vezes contra os mestres da lei. Falar com autoridade exige coerência de vida com o que se fala. Um ensino será tanto menos professoral quanto mais concretizado por exemplos e testemunhos pessoais. E aí, Jesus não usava tanto referências aos preceitos, leis, normas e costumes. Preferia fazer-se entender mediante parábolas, palavras do linguajar popular e comparações conhecidas. No que Jesus dizia transparecia o que Ele vivia, o seu cotidiano de filho do carpinteiro. Jesus tinha plena convicção de ser “um Filho do homem” ungido e vocacionado por Deus. Sua pregação transmitia mais que oratória, comunicação verbal e carisma pessoal. Seu ensino tinha conteúdo iluminador sobre os problemas vividos e era acompanhado de gestos solidários com os doentes, os oprimidos, os marginalizados. Gestos compassivos de libertação davam eficácia imediata ao ensino e resolviam as situações sofridas. Este era o caso que sujeitava ou alienava pessoas da sua dignidade humana. Marcos no capítulo 1, 23 a 28 relata a libertação de um homem possuído por um espírito imundo e que enfrentou Jesus dentro da sinagoga. Os intérpretes discutem a diferença entre possessão e alienação mental. Seja como for, tudo o que Jesus falava ao povo ele fazia em favor dos doentes. Era visto, reconhecido e admirado como poder superior ao dos demônios.

Aplicação mariana

O texto em questão nos questiona como viver a fé? E nas entrelinhas nos responde: lendo, escutando e rezando a palavra de Deus, pois é Ele que suscita nossos atos, nossa vivência cristã. Ora, a mãe de Jesus é aquela pessoa que no Evangelho soube ouvir a voz de Deus e sempre responder-lhe fielmente. Até mesmo nas situações mais difíceis como a da fuga para o Egito com seu menino ou a hora terrível do Calvário. Ela interiorizava tudo o que passava com Jesus e mantinha ouvidos e coração abertos para o que Deus queria dela. Que ela nos ajude a seguir o apelo deste domingo: “Não fecheis o vosso coração, mas ouvi hoje a voz do Senhor!”.

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