Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Homilias

Homilia Solenidade de São José

sao josé patrono da Igreja

São José, o justo

                                                          

O calendário cristão celebra São José dia 19 de março. Esposo de Maria, ele foi o pai adotivo de Jesus. O evangelho de Mateus deixa claro que a gravidez de Maria na geração de Jesus não veio do marido, mas diretamente do Espírito Santo. No trabalho de carpinteiro José sustentou a Sagrada Família e por isso é chamado de ‘pai nutrício’ de Jesus. Em 1870 foi declarado o patrono da Igreja católica em todos os povos. E em 1955 o Papa Pio XII honrou o Dia do Trabalho (1º de maio) anexando-lhe  a invocação: São José, operário. Rezamos ainda a ele como padroeiro da boa morte e intercessor nas causas difíceis. A devoção a São José sempre existiu. Já o culto litúrgico veio mais tarde lá no fim do século XV. É um dos santos cristãos mais populares e ainda hoje no mundo moderno o nome José é dado com muita frequência às crianças. (José, Josefa, Josefina…). Capelas, igrejas, praças e cidades honram a sua memória pelo mundo.

No Evangelho José é o homem justo. A palavra bíblica resume o sentido da pessoa de José em relação à vinda do Salvador, o Messias descendente do rei Davi. A presença de José na genealogia do rei Davi garante a Jesus a linhagem real segundo o relato de Mateus: “Jacó foi pai de José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.” (Mt.1,16). Os evangelhos são sóbrios nas informações históricas sobre quem era José. Mas, deixam explícito seu papel ao lado de Maria em função de Jesus. Unido a Mariano matrimônio dá aparência legal humana à gravidez divina dela. Providencia a viagem até Belém por motivo do recenseamento ordenado pelo Império Romano. Está presente no nascimento de Jesus na gruta. Mesmo não sendo o pai carnal é ele quem impõe o nome ao menino no ato da circuncisão. Mais tarde protege a esposa e o menino na fuga para o Egito. Participa de toda a vida civil religiosa dos judeus. Sofre ao lado de Maria a incompreensão quanto a Jesus perdido em Jerusalém no Templo por três dias. Depois disso Lucas resume numa frase a vida da Sagrada Família em Nazaré: Jesus lhes era submisso e ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens. (Lc. 2,51-52). Enfim, José tem o perfil do homem justo, isto é, fiel a Deus em tudo e amante do trabalho humilde e honesto.

Leia o texto: Mateus 1,18-24.

Desde o início os cristãos viveram nessa fé: Cristo Jesus, o salvador-messias, é o Filho de Deus nascido só de mãe humana. O texto de Mateus fala desse fato miraculoso: Jesus nasceu de uma virgem! Maria era solteira e noiva de José. Segundo o costume legal os noivos assumiam perante duas testemunhas a promessa de se casarem. Somente no final de um ano o noivado dava a eles o direito de coabitarem. A gravidez imprevista de Maria surpreendeu José que resolveu intimamente abandona-la. Tinha ele a certeza da honestidade da noiva e sem saber o que pensar não quis denunciá-la por adultério. Diz-nos Mateus: “José era justo” (v.19). Por isso o texto bíblico assume expressamente a situação pré-matrimonial dos noivos Maria e José de acordo com a lei judaica. Ela “lhe estava prometida em casamento” e ele era já seu marido “sem coabitarem na mesma casa”. Mas, inspirado por Deus no seu íntimo, José foi certificado do que estava acontecendo. Do sentido de tudo. E da função que ele deveria representar em relação a Jesus e Maria. Foi chamado a colaborar com a ação libertadora de Deus em favor dos homens.

O texto lido nos sugere: Deus faz coisas novas – vida nova- onde sua iniciativa é acolhida com a boa vontade das pessoas justas, caso de Maria e José. São Mateus explica a origem humana de Jesus também através da profecia de Isaías. O profeta antevê o Messias como “Emanuel”, palavra que significa: “Deus está conosco”. Está de modo tão solidário a ponto de se revestir de nossa própria carne. Maria, virgem que se torna mãe sem o ato sexual, representa em sua virgindade toda a humanidade disposta a receber a maravilhosa intervenção divina dando-nos uma nova vida. Graças à cooperação de Maria a realidade de Deus desceu até nós em Jesus. A liturgia católica celebra hoje em tom solene a lembrança, o exemplo de vida, a intercessão daquele que está na passagem do Antigo para o Novo Testamento.

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