Esteve presente no 9º Congresso Mariológico promovido pela Academia Marial do Santuário Nacional de Aparecida na tarde de ontem (11), padre José Fernandes de Oliveira, mais conhecido como Padre Zezinho. Ele veio trazer uma profunda reflexão sobre o tema 'A Catequese da Imagem'.
O tema foi escolhido a partir da temática central do evento 'Iconografia de Aparecida - Teologia da Imagem', alusiva ao jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem de Aparecida nas águas do Rio Paraíba.
Antes de falar sobre o tema, padre Zezinho definiu o Santuário Nacional como uma "escola de aprendizado" onde ele mais aprendeu que ensinou a respeito da devoção mariana.
“Aqui este lugar é pra mim uma escola, onde eu mais aprendo do que ensino. Olho o desenvolvimento desse Santuário que eu vim pequeno aqui, ainda estava sendo construído tudo e, eu vi os padres que passaram por aqui e eu aprendi o modo deles de pregar, e aos poucos eu percebi que não era só uma devoção a Nossa Senhora. Esse Santuário é uma escola de oração de aprendizado e, sobretudo, a maneira pastoral com que aqui o canto é tratado, a liturgia é tratada, para mim é um exemplo muito bom pra eu poder contar para jovens e para outros como se faz devoção à Maria na casa do Cristo e onde se dá um espaço para Maria", assinalou.
De início padre Zezinho falou sobre a representação da imagem. "O mundo aprendeu a lidar com as imagens e a imaginação, que não é a mesma coisa. A imaginação não é sempre seguida pela imagem. Os gregos usavam a palavra ‘eidos’ para significar o que é mais do que uma imagem, o que é mais do que uma ideia. Está na mente da pessoa mas toma forma e corpo quando trabalhamos essa ideia. Ideia que não é trabalhada corre o risco de ser idolatria", destacou.
Padre Zezinho falou sobre a importância de uma catequese sobre a imagem, os santos, a Igreja, e sobre tantas outras realidades, que explique a diferença entre símbolo e mistério.
Muitos "confundem o significado de mistério e símbolo. Símbolo é menor do que o mistério. A ideia de imagem é maior do que a imagem que estamos olhando. Para milhares de fiéis, símbolo e mistério é a mesma coisa". E exemplificou: "muitas vezes o terço bem contado com exatas 10 ave-marias vale mais do que uma prece de saudação à Mãe do Cristo". "Muitos imaginam que Maria anotou lá no céu as saudações que faltaram", brincou.
O religioso enfatizou que as imagens não podem ser mais importantes do que "a ideia da fé", pois "nós ganhamos esse dom". "Imaginar e idealizar a fé, isso se faz pela catequese", frisou.
Padre Zezinho analisou positivamente que a moderna catequese oferece novos subsídios para imaginar a fé e indicou duas palavras importantes para quem deseja crescer na fé. "Imaginar, fazer a minha imagem, e interpretar corretamente o que a Igreja está dizendo. Não deturpando, mas eu tenho que interpretar. Os estudos da bíblia e dos documentos da Igreja servem para nossa instrução, mas também para interpretação", reforçou.
Por fim, padre Zezinho lembrou que as imagens dos santos, de Maria, de Jesus, nos remetem a uma pessoa. "Olhemos para essas imagens e falemos com as pessoas que elas representam. Mas não falemos com as imagens, elas não ouvem", frisou. "Jesus é outra realidade, Ele é pessoa, Maria é pessoa, as imagens não são", esclareceu.
Padre Zezinho falou durante uma hora e depois respondeu perguntas dos congressistas.
O diretor da Academia Marial de Aparecida, padre Valdivino Guimarães, comentou ao A12 sobre o tema da reflexão apresentada pelo Padre Zezinho. Confira a entrevista:
Veja a galeria de imagens desta sexta-feira (11):
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