Revista de Aparecida

A Canonização é garantia do “Estado de Graça”?

Escrito por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R.

31 OUT 2025 - 07H00

Vatican Media

Estado de Graça é a certeza de estar na santidade de Deus. Ou também que um falecido já está na glória celeste. Para a fé e a teologia cristãs, tal certeza nos advém só por via dos merecimentos de Jesus. O Batismo, nele e por ele, deixou no batizado o sinal sacramental indelével da Graça que santifica. Perdida pelo pecado, a Graça que é viver em Cristo, pode ser restaurada no esforço do discipulado fiel e perseverante. E produzirá frutos de santidade no indivíduo e na comunidade.

No dia 07-09-2025, o Papa Leão XIV canonizou o primeiro santo do seu Pontificado. Foi Carlo Acutis, um jovem morto aos 15 anos. Reconhecida a heroicidade de suas virtudes, ele foi proclamado padroeiro da Internet. Qual a relação entre Estado de Graça e Canonização? Não é a Canonização que produz o santo. É o contrário. Uma pessoa não é santa porque a Igreja a canoniza, mas a Igreja a canoniza porque foi santa. A santidade de uma pessoa é reconhecida e declarada no ato oficial do Papa, ao inclui-la no cânon dos santos. É certo então que o santo(a) morreu em Estado de Graça. Pode ser venerado e invocado na Igreja, por sua fidelidade aos merecimentos de Jesus Cristo e por seu testemunho na prática heroica das virtudes do Evangelho. Principalmente a fé, a esperança e a caridade.

Canonizar, é atributo próprio do Magistério Papal. É múnus do seu poder pastoral. Lá nos inícios, sofrer o martírio por causa da fé em Cristo comprovava o máximo grau de santidade em alguém. Tanto que a veneração ao mártir era iniciativa da comunidade. Ora, a Graça de Cristo produziu e produz beatos e santos em todos os tempos, povos, culturas e idades do Povo de Deus: crianças, jovens e adultos. Ricos ou pobres. Nobres e humildes. No matrimônio, no estado sacerdotal, na Consagração religiosa, em todas as vocações. A vivência, o testemunho da fé, as virtudes à luz da Graça, garantem a “plenitude da vida cristã”. Ao canonizar, o Papa não define sozinho que um beato ou santo são dignos da veneração da Igreja. Mas, nos dá a certeza do Estado de Graça neles. A Canonização requer intensa pesquisa, minucioso e longo processo sobre a vida, os possíveis milagres de alguém, falecido com fama de santo ou santa. No ato declaratório da Canonização, o Papa está em sintonia e ressonância com toda a Igreja, assistido pelo Espírito Santo. Por isso, podemos hoje invocar: São Carlo Acutis, padroeiro da Internet, rogai por nós

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