Entre 2007 e 2018, 43.777 meninos e meninas, entre 5 e 17 anos, sofreram acidentes de trabalho no Brasil; quase metade dos casos foram considerados graves, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. A faixa etária mais atingida é entre 14 a 17 anos, com 25.602 notificações. No mesmo período, outras 261 crianças e adolescentes morreram. Somente no ano passado, foram registrados 2.794 casos de acidentes e agravos à saúde relacionados ao trabalho com esse público.
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Amputações, traumatismos, fraturas e ferimentos nos membros, principalmente nos superiores, estão entre as notificações consideradas graves. Ainda foram registrados 662 casos de crianças que perderam a mão de forma traumática. De acordo com o médico pediatra Sidney Volk da Silva, da Pediatria da UTI Infantil do Hospital Vera Cruz, de Campinas (SP), a criança não tem composição corporal (óssea e muscular) para realizar determinadas atividades, com aumento da frequência de lesões. “Além disso, a falta de maturidade e senso de autopreservação leva a um número elevado de acidentes de trabalho, com sequelas muitas vezes irreversíveis.”
No entanto, as consequências para a vida da criança e do jovem não se restringem apenas aos agravos físicos. “A introdução precoce de certas responsabilidades e as pressões decorrentes do ambiente laboral são incompatíveis com o grau de maturidade da criança e acabam, muitas vezes, desencadeando distúrbios psiquiátricos como depressão, transtornos de ansiedade e de personalidade”, completa o médico.
Fonte: Da Redação, com colaboração do MPT
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