'Os miseráveis' e 'Invencível': dois filmes que nos ajudam a refletir sobre o perdão

Na delicada trama das relações humanas, todos nós, de forma voluntaria ou involuntária, fomos feridos ou ferimos alguém. Diante da complexidade de nossas próprias relações, o perdão surge como um elemento essencial que ressoa profundamente em nossas vidas. Leia Mais Como liberar o perdão?Papa diz que a Glória de Deus vem pelo dom e perdão

Refletindo, durante a oração do Angelus, sobre a importância e a necessidade do perdão, o Papa Francisco nos diz:

“Fora do perdão não há esperança, fora do perdão não há paz. O perdão é o oxigênio que purifica o ar poluído pelo ódio.

O perdão é o antídoto que cura os venenos do rancor, é o caminho para desativar a raiva e curar tantas doenças do coração que contaminam a sociedade.”

O perdão é um dom de Deus e, ao perdoar e pedir perdão, nos aproximamos mais ao coração bondoso e misericordioso de Jesus. Neste texto, queremos sugerir dois filmes que nos ajudam e nos inspiram a refletir sobre o perdão e, através das experiências dos personagens, refletir sobre a nossa capacidade de perdoar e pedir perdão.

A força transformadora do perdão

Os dois filmes trazem exemplos vívidos da força transformadora do perdão.

Em 'Os Miseráveis', filme de 2012, baseado na obra-prima do escritor francês Victor Hugo, testemunhamos a jornada de Jean Valjean, um homem condenado a uma sentença brutal de 19 anos de trabalhos forçados por roubar um pão para alimentar sua família faminta.

Amargurado e marcado por seu passado como prisioneiro, Jean encontra redenção através do perdão inesperado do Bispo Myriel, que lhe apresenta a oportunidade de abandonar o ódio e a vingança, abraçando uma vida de compaixão e bondade.

Ao longo da história, Jean Valjean enfrenta inúmeros problemas, encontra o amor e a compaixão e luta para fazer aquilo que é certo em um mundo cada vez mais injusto, mas não deixa que seu coração se encha de rancor novamente.

Já em 'Invencível', uma produção de 2014, conhecemos a história real de Louis Zamperini, um corredor olímpico americano que se tornou prisioneiro durante a Segunda Guerra Mundial. Após seu avião cair no oceano Pacífico, ele e dois companheiros sobrevivem à deriva por 47 dias em um bote salva-vidas.

Finalmente, eles são capturados pelos japoneses e enviados para campos de prisioneiros de guerra, onde Louis sofre tortura física e emocional nas mãos de um cruel guarda japonês chamado Watanabe. Após anos de sofrimento e tortura, Louis, já livre, tem a oportunidade de perdoar a quem o havia ferido de forma tão profunda. Inspirado por sua fé, ele percorre a jornada de perdão com coragem, humildade e resiliência, demonstrando a capacidade que o perdão tem de transcender o sofrimento e restaurar a dignidade humana.

Estes filmes nos mostram que, por mais difícil e extrema que seja a situação que vivemos, sempre é possível abrir nosso coração a este caminho de esperança e liberdade.

O amor infinito e compassivo de Deus, que nos ama e nos perdoa sempre, deve ser a nossa constante fonte de inspiração. Que as histórias de Jean Valjean e Louis Zamperini nos inspirem a cultivar o perdão e nos aproxime cada vez mais do coração bondoso e misericordioso de Jesus.