Leia MaisSinodalidade: comunhão que gera missãoSinodalidade: um caminho a ser percorridoNa semana de 09 a 12 de agosto, aconteceu a 2ª Semana Bíblico-Mariológica. Esta é uma realização da Academia Marial de Aparecida, com o apoio do Instituto São Paulo de Estudos Superiores e visa trazer reflexões pastorais sobre a Mariologia a partir do tema da Novena da Padroeira 2022: “Com Maria, caminhar juntos para construir uma Igreja Missionária”.
Com a convocação do Papa Francisco a toda Igreja para percorrer o caminho rumo ao Sínodo 2023, os temas são todos voltados à questão da sinodalidade, para incentivar a participação dos fiéis, bem como tratar do tema para entendimento, compreensão e aprofundamento de todos.
Significado de Sínodo
De modo geral, a palavra "sínodo" significa caminhar juntos. Para a Igreja, o Sínodo dos Bispos é um evento anual, convocado pelo Papa, para discutirem questões importantes da Igreja Católica. Entretanto, a chamada do Papa Francisco: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, que vai de 2021 a 2023, não se restringe a isso.
Esse é um chamado de reflexão a todos os fiéis e uma oportunidade de ouvir toda a Igreja, bem como de dar voz a todos que a compõem. Esse é um caminho de união, fé e conhecimento.
“O Sínodo é um percurso de efetivo discernimento espiritual, que não empreendemos para dar uma bela imagem de nós mesmos, mas a fim de colaborar melhor para a obra de Deus na história. Assim, quando falamos de uma Igreja sinodal, não podemos contentar-nos com a forma, mas temos necessidade também de substância, instrumentos e estruturas que favoreçam o diálogo e a interação no Povo de Deus, sobretudo entre sacerdotes e leigos.”- disse o Papa Francisco sobre a importância do Sínodo ser vivido e experienciado.
Assista ao vídeo que a CNBB preparou para explicar sobre o Sínodo 2021- 2023
Uma das palestrantes da 2ª Semana Bíblico-Mariológica foi a Professora Maria Antônia Marques, que abriu a semana com o tema “Fundamentos Bíblicos de Sinodalidade”. O Portal A12 conversou come ela sobre a importância da Sinodalidade para a Igreja e seus fiéis. No âmbito religioso, Maria é uma fiel que participa e enxerga o movimento com esperança a mudança na vida da Igreja.
Confira a entrevista abaixo

Qual a importância da Sinodalidade para a Igreja?
De diversas formas, o Papa Francisco tem enfatizado que a Sinodalidade é uma dimensão constitutiva da Igreja. Faz parte de sua essência. A instituição eclesial existe para manter e consolidar a Tradição recebida dos Apóstolos. Por isso, é essencial sempre voltar à experiência das origens: a vida e a prática de Jesus de Nazaré e das primeiras comunidades que o seguiram.
A Igreja é povo de Deus, cuja marca característica é a comunhão, a participação e a missão (Lumen Gentium 9). A definição de Igreja como povo de Deus encontra suas raízes na história do povo de Israel e das primeiras comunidades. É a história de um povo a caminho em busca de sobrevivência e, nesse caminho, esse povo fez a experiência de um Deus sensível à sua realidade. É o Deus do Êxodo revelado em Jesus de Nazaré. A apresentação das primeiras comunidades seguidoras de Jesus enfatizam a caminhada conjunta: “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na partilha do pão e nas orações. Todos os que acreditavam eram unidos e tinham tudo em comum” (At 2,42.44; cf. At 4,32; 5,12-15). As pessoas que seguiam Jesus eram chamadas de seguidoras do Caminho (At 9,2; 24,14).
A importância desse movimento amplo de consulta às bases quer provocar uma vida nova para todo o povo de Deus. É tempo de escutar com e não impor verdades prontas. Tempo de escuta profunda de Deus, do Espírito Santo e de todas as pessoas que formam a Igreja. Escutar é colocar os pés na realidade social dos tempos atuais. É um processo que exige conversão. Escutar para encontrar novos caminhos para a missão.
Qual a importância da Sinodalidade para os féis?
Todo o povo de Deus – leigas e leigos, a hierarquia, Papa, bispos, diáconos, e a vida consagrada – é chamado a viver um processo de conversão: sentar-se à mesma mesa. Todos somos iguais na diversidade. Essa vivência cria sentimento de pertença. Esse sentimento gera corresponsabilidade e abre espaços para desenvolvermos profundos laços fraternos entre nós. Como irmãs e irmãos, buscamos caminhos para enfrentarmos os problemas que atingem a vida da Igreja, em especial “o individualismo, o autoritarismo e o clericalismo”.
Qual o principal ensinamento e o principal desafio em caminharmos em direção a Sinodalidade?
A necessidade e aprender a OUVIR. Como é difícil ouvir, pois temos as nossas certezas e nem sempre estamos dispostos a ouvir, pois isso implica mudança e comprometimento. A atitude de escuta profunda recorda a experiência fundante do povo de Israel, que perpassa toda a história e chega até nós: “Estou vendo muito bem a opressão do meu povo que está no Egito. Ouvi seu clamor diante de seus opressores, pois tomei conhecimento de seus sofrimentos. Desci para libertá-lo do poder dos egípcios” (Ex 3,7-8). Ver, ouvir, conhecer e descer.
O principal desafio é a corresponsabilidade. A missão de vivenciar e anunciar o Reino de Deus é de todas as pessoas, só assim poderemos vivenciar o estar juntos no Caminho da Palavra.
Qual a relevância do Papa convocar toda a Igreja para percorrer o caminho rumo ao Sínodo e de dar voz a todos os fiéis?
Diante de tantas dificuldades vivenciadas em nosso tempo na sociedade e na Igreja, dos escândalos por parte da hierarquia e do abandono de tantos fiéis, penso que ao inaugurar esse movimento de consulta a todo o povo de Deus, o desejo do Papa Francisco é o mesmo do Papa São João XXIII, cuja citação atribuída a ele afirma: “Quero abrir as janelas da Igreja para que possamos olhar para fora, para que as pessoas possam olhar para dentro”. É o desejo de reafirmar a nossa fé nos ensinamentos recebidos e suscitar um novo ardor missionária. Uma Igreja em saída, do Caminho.
Que o Espírito de Deus encontre espaços para trazer esse novo dinamismo à nossa vida eclesial. Rezemos para que o próximo Sínodo oriente e promova a igualdade, a justiça e a fraternidade dentro e fora da Igreja. É tempo de conversão. O desafio nos é lançado.
Assista a palestra de Maria Antônia na 2ª Semana Bíblico-Mariológica
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