A sociedade de hoje vive em busca de falsas seguranças, correndo atrás de falsas promessas de uma vida que se constrói sobre os bens deste mundo. Este modo de viver nos afeta diretamente e muitas vezes nos leva ao apego das coisas como se elas fossem a rocha de nossa vida. O Papa Francisco vem desenvolvendo uma série de catequeses sobre os vícios e virtudes e nesta reflexão, queremos nos centrar em um vício que nos faz viver em falsas seguranças: A avareza.
A avareza é um desejo excessivo e egoísta de possuir e acumular riquezas materiais. Uma pessoa avarenta tem uma preocupação desmedida com a acumulação de bens materiais, muitas vezes em detrimento de valores morais, relacionamentos e bem-estar pessoal, mas a avareza não está somente na quantidade de coisas que se possui. Assim nos ensina Francisco:
Não é um pecado que diz respeito unicamente às pessoas que possuem grandes bens, mas é um vício transversal, que muitas vezes não tem nada a ver com o saldo da conta-corrente. É uma doença do coração, não da carteira. As análises que os padres do deserto fizeram sobre este mal demonstraram como a avareza podia apoderar-se até de monges que, depois de ter renunciado a enormes heranças, na solidão da sua cela apegaram-se a objetos de pouco valor: não os emprestavam, não os compartilhavam e muito menos estavam dispostos a dá-los. Um apego a coisas pequenas, que tira a liberdade.
Então podemos dizer que não é um pecado só para as pessoas que possuem muitos bens e sim para todos, pois, na verdade, a avareza é o desejo de apegar-se ao que se tem não importando o que seja. Este apego nos escraviza, nos fecha o coração e nos leva a viver o egoísmo e a falta de confiança em Deus em quem devemos colocar a nossa segurança.
Mas… Como fazer para viver desapegado?
O Papa em sua catequese nos traz a resposta que vem da tradição dos monges:
“Para curar esta doença, os monges propunham um método drástico, mas deveras eficaz: a meditação sobre a morte. Por mais que uma pessoa acumule bens neste mundo, de uma coisa estamos absolutamente certos: que eles não caberão no caixão. Não podemos levar os bens conosco! Eis que se revela a insensatez deste vício. O vínculo de posse que construímos com as coisas é apenas aparente, pois não somos donos do mundo: na verdade, esta terra que amamos não é nossa, e movemo-nos nela como forasteiros e peregrinos (cf. Lv 25, 23)”.
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Pensar na fragilidade de nossa existência humana e na morte nos ajuda a ter consciência de que não levaremos nada deste mundo. Refletir sobre isso nos ajuda a crescer em humildade, gratidão e desapego, levando-nos a ter um coração mais livre e generoso.
Os bens existem para que possamos nos servir deles como nos mostra o Papa: “Podemos ser senhores dos bens que possuímos, mas muitas vezes acontece o contrário: são eles que acabam por nos possuir”.
Que esta pequena reflexão sobre a catequese do Papa nos ajude a fazer um exame de consciência e ver se temos o coração apegado às seguranças efêmeras deste mundo. Que possamos refletir sobre nossa relação com os bens e aprender a esperar tudo de Deus que é o nosso bem maior.
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