Em 1870, com o processo de unificação, formando a Itália moderna, a Igreja perdeu a maior parte de seus territórios dos chamados Estados Pontifícios. Conservou, porém, o Vaticano, a Basílica de São João de Latrão e o Castel Gandolfo que, junto com algumas propriedades menores em Roma, gozam do privilégio de “extraterritorialidade”.
A posse dessas propriedades foi regularizada pelo Tratado de Latrão, de 1929, renovado em 1988, já no pontificado de João Paulo II.
Para fugir do calor
Castel Gandolfo, por muito tempo, foi a residência de verão dos papas que se mudavam para lá, fugindo do intenso calor e também do burburinho da cidade de Roma.
Após a sua renúncia, por exemplo, o papa Bento XVI passou uma temporada no palácio, até que fossem concluídas as obras de restauração do mosteiro Mater Ecclesiae, no recinto do Vaticano, onde morou até a sua morte. Em Castel Gandolfo, usou um dormitório preparado especialmente para ele.
O quarto que ocupou era o mesmo em que nasceram 50 crianças durante a 2ª Guerra Mundial, filhos de italianos que ali se refugiaram. O Papa Francisco, por sua vez, não quis se utilizar do Castel Gandolfo.

Clima bom favorece a recuperação e o descanso
A cidade onde está Castel Gandolfo é banhada pelo lago Albano e localiza-se 30 quilômetros ao sul de Roma. A cidadela cresceu ao longo dos séculos para virar uma verdadeira residência de férias de muitas famílias, se tornando um povoado de 09 mil habitantes que figura na lista dos mais belos vilarejos da Itália.
Foi o Papa Urbano VIII que, em 1626, determinou a construção da residência de campo para passar o verão. Mas nem todos os papas nele se hospedaram.
Os jardins do palácio foram projetados por Bernini, o mesmo que projetou a Colunata do Vaticano e, ocupando uma área de 55 hectares, possui território maior que o próprio Vaticano.
O que se destaca, porém, no palácio e seus arredores é a beleza do lugar e a tranquilidade que lá se respira. Por isso mesmo, o palácio não conta com grandes obras de arte como no Vaticano.
Propriedade pontifícia desde 1596, se beneficia de uma posição muito particular. Ali, o Papa se encontra em um ambiente familiar, sem grandes obras de arte, nem grandes salões, e os cômodos são de proporções bem modestas se comparadas à monumentalidade do Vaticano.
A atual fachada do castelo é de autoria de Carl Maderno, que interveio depois que Urbano VIII decidiu, em 1626, transformar oficialmente Castel Gandolfo em casa de veraneio dos Papas. Em 1773, Clemente XIV estendeu sua superfície incorporando a casa ao lado, do cardeal Camillo Cybo.

Em 1929, com a assinatura do acordo de Latrão entre a Santa Sé e a Itália, a casa cresceu ainda mais graças a aquisição da Villa Barberini, que compreende as ruínas de um palacete que pertenceu ao imperador Domiciano (51-96 d.C.).
Enfim, durante seu pontificado, o Papa Pio XI (1922-1939) comprou novas terras para criar uma pequena área produção agrícola e de pecuária, onde ainda hoje pastam vacas, contribuindo para a atmosfera bucólica deste reduto de paz.
Entre janeiro e junho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, cerca de 10 mil pessoas se refugiaram no palácio. Durante aqueles meses, nasceram no palácio 50 crianças, que vieram ao mundo no atual dormitório papal, transformado em berçário.
Em agradecimento, vários pais batizaram as crianças com os nomes de Eugenio ou Pio, em homenagem ao então pontífice Pio XII, Eugenio Pacelli que faleceu no palácio, sendo depois transportado em cortejo para Roma.
A curiosidade agora é saber se o futuro Papa, sucessor de Francisco, diferente deste, voltará a usar as instalações de Castel Gandolfo.
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