Na parte superior da Basílica São Paulo fora dos Muros, em Roma, existe uma longa relação com os nomes e fotos de todos os 266 papas que até agora governaram a Igreja de Cristo.
E sobre o papa que esteja ocupando o Trono de Pedro permanece uma luz sempre acesa. Seguramente agora a luz que brilhava sobre a foto do Papa Francisco foi apagada.
Por outro lado, quando aparece aquela famosa e aguardada “fumaça branca” por sobre o telhado da Capela Sistina, anunciando que o conclave chegou ao fim e que um novo papa foi eleito, todos ficam esperando que ele apareça no balcão da Basílica de São Pedro e que o seu nome seja anunciado.
Essas cenas impressionantes são acompanhadas de perguntas que muitos se fazem: Por que os papas trocam de nome, deixando o seu nome de batismo? Essa mudança de nome é obrigatória?
Antes de respondermos a essas dúvidas, que são bem frequentes, aproveitamos para recordar os nomes mais comuns entre os 266 papas da Igreja. Se alguns nomes nunca se repetiram, existem outros que são bem frequentes. O nome mais repetido na história é o de João, tendo aparecido 23 vezes; seguido de Leão, 13 vezes e Pio, doze vezes.
Renúncia total, despojamento e disponibilidade para a missão
Ao longo da história da Igreja, os papas nem sempre mudaram de nome. Até o ano 532, mais ou menos, todos os sucessores de São Pedro usaram seus próprios nomes de batismo.
Entre eles nos deparamos com um São Lino, Santo Anacleto, São Evaristo, São Telesforo ou São Higino, nomes que nunca foram repetidos.
Muitas vezes, além do nome se acrescentava o lugar de onde o papa procedia. Desta forma temos um Lino de Tuscia, um Anacleto Romano, temos Evaristo, o grego; Telesforo, o grego; Higino, o grego e tantos outros.
Mas acontece que no dia 31 de dezembro do ano 532, Mercúrio, o romano, foi eleito como Papa.
Mercúrio era um nome pagão, por isso o novo pontífice trocou de nome e passou a se chamar João II, em homenagem ao seu antecessor João I, um mártir da região de Tuscia, localizada ao norte de Roma, que governou a Igreja entre 13 de agosto de 523 e 18 de maio de 526.
João II, por sua vez, foi papa de 526 até 08 de maio de 535.
A partir daquele momento, muitos de seus sucessores o imitaram, começando a mudar o nome de batismo pelo nome de apóstolos, mártires ou de outros papas que já haviam governado a Igreja de Cristo.
A mudança de nome passa a expressar o despojamento em vista da missão, com o papa renunciando sua identidade, sua família e origem para se colocar totalmente a serviço de Cristo e de sua Igreja, sendo ainda uma forma de homenagear algum de seus antecessores.
Até agora, o nome mais repetido foi o de João. O último que usou esse nome foi o cardeal italiano Ângelo Roncalli, que decidiu se chamar João XXIII (1958-1963).
Quando Roncalli, que foi beatificado por João Paulo II e canonizado pelo Papa Francisco, escolheu o nome de João, alguns cardeais o lembraram que seria João XXIII, tido anteriormente como um “antipapa”, ao que ele respondeu que não tinha medo de ser confundido com um usurpador da cátedra de São Pedro.
“Me chamarei João, um nome doce e ao mesmo tempo solene”, disse o chamado “Papa Bom”.
Seu curto pontificado ficou marcado pela convocação do Sínodo para a Igreja de Roma, pelo Concílio Vaticano II e pelas oito encíclicas que escreveu.
Entre estas, se destacaram 'Mater et Magistra' e 'Pacem in Terris'.
Quando chegou a vez do italiano Albino Luciani ele escolheu o nome João Paulo I para homenagear seus dois antecessores, João XXIII e Pauli VI, e João Paulo II repetiu o feito.Leia MaisComo a Igreja vive os nove dias de luto por um PapaOs Cardeais em números: conheça dados do Colégio Cardinalício Glossário: entenda os termos da Sé Vacante e do Conclave
Quando um Papa escolhe um nome que ainda não foi usado, e havia essa dúvida em relação à Francisco, não se acrescenta um numeral depois do nome.
Isso somente acontece se e quando o nome for repetido. Nesse caso poderemos ter um Francisco I e um Francisco II, um Paulo VII ou um Leão XIV.
Na atual condição de Sede Vacante, a Igreja espera para saber quem será o novo pontífice e qual nome usará. Na busca pelo nome do futuro pontífice, muitos se aventuram em afirmar que pode se chamar Bento, Pio, Leão, Paulo ou novamente João Paulo.
O que é certo é que não se chamará Pedro, já que nenhum de seus 266 sucessores se atreveu a reproduzir o nome do apóstolo, pelo grande peso do nome e por aquilo que representa.
Mas os que ousaram formular hipóteses de nome, sempre erraram redondamente, até mesmo aqueles que chegam a resgatar possíveis teorias e previsões aterrorizantes.
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