Quando o Cristianismo teve seu início e como ainda não tínhamos em mente um calendário litúrgico, a Eucaristia era celebrada sobre as sepulturas dos mártires, de modo a venerar a memória deles.
Leia MaisPor que o nascimento e a ressureição de Jesus ocorreram à noite?Conheça a Basílica da Natividade, local do nascimento de Jesus Por lógica, o aniversário de morte, chamado de dies natalis, é considerado o nascimento para a vida eterna, sendo assim o principal critério para definir o dia de cada santo, mas existem outras situações como os Papas, em que seu dia pode ser o aniversário do dia de sua eleição.
Mesmo assim, neste calendário existem exceções, as quais são datas de nascimento celebradas como um louvor ao dom da vida, claro, e ícone de uma esperança maior que virá com a redenção final, na eternidade.
Apenas três nascimentos são celebrados pela Igreja:
Natal de Jesus
A Encarnação de Cristo que assumiu a natureza humana para redimi-la de toda impureza e uni-la à vida divina é celebrada como Solenidade em nossa Igreja.
O Natal começou a ser comemorado em 25 de dezembro porque o império romano festejava nesta época o deus chamado Sol Invicto, e os cristãos tiveram a ideia de transformar aquela festa dos pagãos em festa cristã. No ano 336, Papa Júlio I instituiu em Roma a festa do nascimento de Jesus, chamado de “Sol de Justiça” pelo profeta Malaquias: “Para vós que temeis o meu Nome, brilhará o sol de justiça” (Ml 3,20).
A Solenidade é a única festa que podia ser celebrada com quatro Missas: véspera, noite, amanhecer e dia. Os textos são os mesmos para os três Anos Litúrgicos. Trata-se de uma escolha que visa aprofundar e valorizar quase em câmera lenta o acontecimento que mudou o curso da história: quando Deus se fez homem!
Nascimento de São João Batista
“Digo a verdade a vocês: Do meio dos nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista.” (Mt 11,11)
Ainda mais neste tempo do Advento, a liturgia nos coloca frente a esse personagem que nos ensina, com sua vida e palavras, a ser fiéis discípulos e missionários de Jesus.
São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo. No primeiro capítulo de Lucas narra-se que Zacarias era um sacerdote judeu casado com Santa Isabel e não tinha filhos, porque ela era estéril. Estando já com a idade muito avançada, o anjo Gabriel apareceu a ele e comunicou que sua esposa teria um filho que seria o precursor do Messias, a quem daria o nome João. Zacarias duvidou desta notícia e Gabriel lhe disse que ficaria mudo até que tudo fosse cumprido.
Meses depois, quando Maria recebeu o anúncio de que seria a Mãe do Salvador, a Virgem foi ver sua prima Isabel e permaneceu ajudando-a até o nascimento de São João.
Assim, como o nascimento do Senhor é celebrado todo 25 de dezembro, perto do solstício de inverno no hemisfério norte (o dia mais curto do ano), o nascimento de São João é em 24 de junho, próximo do solstício de verão no hemisfério norte (o dia mais longo). Dessa forma, depois de Jesus, os dias vão aumentando, e depois de João, os dias vão diminuindo, até que se volte “a nascer o sol”.
Natividade de Nossa Senhora
Solenidade celebrada no dia 8 de setembro, precisamente nove meses depois da celebração da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro. Maria foi concebida livre do pecado original, por graça divina concedida à mulher escolhida para ser a Mãe do Redentor.
É toda a Igreja que faz o convite: “Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” (S. João Damasceno — século VIII).
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