Por Elisangela Cavalheiro Em Igreja Atualizada em 13 JUN 2018 - 08H42

Nhá Chica reflete “o modo simples do múnus pastoral” do Papa Francisco

A Igreja celebra nesta terça-feira (14), os 121 anos da morte da beata Francisca de Paula de Jesus, conhecida como Nhá Chica. Em Baependi (MG), cidade onde ela viveu e exerceu o seu apostolado, o Santuário Nossa Senhora da Conceição ou simplesmente Santuário de Nhá Chica, deve receber pelo menos 10 mil fiéis neste dia.

Estátua no Santuário de Nhá Chica em Baependi (crédito site do santuário)

A festa que teve início no dia 05 de junho com a Novena tem como tema uma fala do Papa Francisco pronunciada na ocasião da celebração da beatificação: “Nhá Chica, testemunha perspicaz da Misericórdia Divina”.

 

Nhá Chica reflete “o modo simples do múnus pastoral” do Papa Francisco, diz reitor do Santuário de Nhá Chica, padre José Douglas Baroni.

Leia MaisEm Baependi (MG), Nhá Chica ainda vive!Segundo o reitor do Santuário, padre José Douglas Baroni, a escolha do tema está relacionada não somente à palavra do Papa, mas fatos que antecederam a beatificação de Nhá Chica. O reitor recorda que no mesmo dia que o cardeal Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, era eleito pelos cardeais em conclave, no Vaticano, a Diocese de Campanha realizava a última exumação dos restos mortais de Nhá Chica, para o encaminhamento do então processo de beatificação. Desse dia, o reitor recorda a alegria ao ouvir o nome do futuro Papa e como isso o uniria particularmente à vida da "Santinha de Baependi". 

“Não sabíamos que aquele que se apresentou ao balcão de São Pedro quis atrair para si o nome de Francisco, fazendo ecoar pela Urbi et Orbi o cântico das criaturas; deste modo, se consolidava o Francisco de Roma com a Francisca de Baependi. O nome em si traz uma roupagem de profunda delicadeza e inserção aos pobres e humildes – ‘os pequeninos do Reino’ – nos diz Jesus. Neste cenário a vida do Santo Padre se encontra com aquela que se tornou a sua primeira Beata em seu pontificado”, relembrou o reitor em entrevista ao A12.

Sobre a definição de Nhá Chica como “testemunha perspicaz da Divina Misericórdia”, padre Baroni reflete o que quis indicar o Papa Francisco ao chamá-la assim.

“Sua Santidade a elenca como ‘testemunha perspicaz da Misericórdia Divina’, pois, a Beata ao longo de sua transitoriedade se fez e se permitiu ser alcançada pela Misericórdia Divina, sendo instrumento de edificação e de construção de uma Civilização do Amor, como nos lembra o Beato Paulo VI, ao final do Sagrado Concilio Ecumênico Vaticano II. O Santo Padre, ao declarar que a Beata é ‘testemunha perspicaz da Misericórdia Divina’, ele está dizendo que todos nós devemos nos apossar da graça do Santo Batismo e impregnar o mundo com o suave odor de Cristo, o Ungido do Pai pela força do Espírito Santo. Pois, a ‘Santinha de Baependi’, embora pobre e analfabeta soubesse discernir em seu coração pela continua intercessão da Imaculada Conceição, que ela chamava de Minha Sinhá, as moções e apelos que o Senhor lhe fazia”, afirma.

Dessa forma, Nhá Chica foi aquela que mantinha suas mãos “abaixadas aos pobres” e o coração “elevado em Deus”, enfatiza o reitor.

Nhá Chica faleceu, no dia 14 de junho de 1895, e foi a primeira mulher negra a ser declarada beata no Brasil.

“A sua vida foi uma entrega generosa ao Bom Deus e aos excluídos de seu tempo, presentes nas mais diversas periferias existenciais e geográficas...A Beata Nhá Chica reflete o modo simples do múnus pastoral do Pontífice Reinante”, finaliza padre Baroni.

Programação – Nesta terça-feira (14), o Santuário encerra os festejos com Missa às 9h e no período da tarde, uma procissão, às 18h, convida os fieis para última Missa da programação solene em honra da beata. Mais informações no site nhachica.org.br. 

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