Uma vez, num diálogo de grupo, uma mulher casada fez uma pergunta interessante: "O que você acha mais difícil na vida celibatária?"
A pergunta é interessante, mas devo dizer que minha principal leitura da minha vocação não é a dificuldade. Dificuldades há, como há nas diversas circunstâncias das nossas vidas, mas elas não determinam aquilo que somos.
(Observação: Vivenciar a castidade cristã em nossos tempos é uma grande exigência, tanto para o celibatário quanto para o casado. A pergunta pelo desafio da castidade pode ser melhor respondida num outro texto.)
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Já conheci vários fiéis preocupados com amigos sacerdotes que manifestam sinais claros de tristeza e solidão, que sentem a falta da família, ou que chegam a atravessar um quadro de depressão. (Focalizemos de novo: tristeza, solidão e depressão igualmente são assunto para um outro texto.)
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Isso porque ter um amigo sacerdote deprimido, que expressa sua dor destacando a saudade que sente da sua família, ou a falta de uma companheira de vida, digamos, não significa que a razão (e, portanto, a solução) do seu quadro de depressão seja esta. Se a causalidade fosse imediata assim, não haveria depressão nas pessoas casadas, por exemplo.
Pois bem, qual o tema que este texto quer abordar?
Refaçamos a pergunta inicial: O que significa a vida celibatária para um sacerdote? Esta implica num distanciamento com a família?
Leia MaisO que é a castidade e como praticá-la como cristão?Aprofundemos no sentido da vida celibatária, que toca tanto a sacerdotes quanto a consagrados e consagradas, e a qualquer estado de vida que implique num compromisso de celibato pelo Reino. Antes de mais nada, o celibato pelo Reino não é entendido apenas como ausência.
O fato de chamá-lo celibato sacerdotal, pelo Reino, apostólico, etc., expressa um sentido de fecundidade real, um direcionamento. Este celibato não é, em primeiro lugar, uma ausência. É por isso que a Igreja não hesita em se aproximar dele como um dom.
Para citar apenas uma referência, veja-se a encíclica Sacerdotalis Caelibatus, de São Paulo VI.
Dado adicional: pode passar desapercebido, mas o celibato não diz apenas respeito a se abster do ato conjugal. Ele significa sim, também, um tipo de distanciamento da realidade familiar. Ele existe na lógica de se ter um coração indiviso, entregue totalmente às pessoas confiadas pelo Senhor, suas ovelhinhas. Com sua opção, o celibatário manifesta na sua a vida a extensão da "família de Deus", podendo, então, afirmar com Jesus:
"Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe" (Mt 12,50).
Isto fica mais claro no caso dos missionários, que, por razões geográficas, ficam longe das suas famílias.
Assim, o celibato e a distância com a família são verdadeiros desafios. Obviamente, as tendências de alguns tipos de personalidade fazem com que uns sofram muito, enquanto outros se sintam muito à vontade. É claro que algumas situações são mais difíceis para uns do que para outros, mas a referência e modelo é Jesus, que disse:
"As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde descansar a cabeça" (Mt 8,20).
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