Há muitos séculos, a Igreja Católica se organiza territorialmente em paróquias para poder bem cumprir a missão de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo. Cada vez mais, porém, ouvimos críticas de que a paróquia é uma instituição ultrapassada, que não consegue mais responder às necessidades pastorais, sobretudo, diante dos desafios da atual evangelização nos centros urbanos.
Leia MaisPor quanto tempo o sacerdote pode ficar na paróquia?Comunidade, Paróquia, Diocese, Arquidiocese: Como a Igreja se organiza? A crise da Pós-Modernidade ressalta cada vez mais o desafio de evangelizar um mundo urbano, secular e plural.
O conceito de paróquia vem do Grego Paroikêin, significando viver junto, habitar nas proximidades, habitar como peregrinos em qualquer parte. O Código de Direito Canônico, por sua vez, afirma que a paróquia é a comunidade dos fiéis submetida ao pároco ou, é um território sobre o qual se estende a jurisdição do pároco.
Nos primeiros séculos da Igreja não existiam as paróquias, existiam apenas os bispados ou dioceses administradas pessoalmente pelos bispos, como legítimos sucessores dos Apóstolos. Cada diocese formava uma única paróquia cuja matriz era a Catedral, igreja que possuía a pia batismal. Os bispos, nas suas catedrais, cercavam-se de sacerdotes auxiliares para o serviço do culto e administração dos sacramentos.
Com a propagação da fé, sobretudo, no período medieval, formaram-se números núcleos de fiéis nas grandes cidades e nas aldeias do Império Romano ou nos reinos europeus que o sucederam.
Daí veio a necessidade de se construir outras igrejas para comodidade dos fiéis, que nem sempre podiam recorrer facilmente ao bispo devido à distância da sede diocesana. Para essas igrejas, o bispo enviava sacerdotes para realizarem o serviço ministerial, regressando depois à sede do bispado.
Nas igrejas rurais, lembrando que na Idade Média aconteceu um forte processo de ruralização da vida e da economia, a administração das igrejas foi confiada a sacerdotes determinados, marcando para cada um deles um território ou comarca, para o exercício de sua jurisdição. Esse território ou comarca passou a ser chamado de paróquia.
Pelo fim do século IV, apareceram as primeiras paróquias tanto na Itália como em Alexandria, norte da África. Santo Atanásio, na sua segunda Apologia, escreve que “no seu tempo havia dez igrejas paroquiais em Maréctis, diocese de Alexandria”.
Comunidade de Comunidades
A paróquia é, portanto, uma instituição respeitada pela sua antiguidade. Ela está para a Igreja, aquilo que uma comarca civil está para uma nação. Cada paróquia é pensada para ser uma célula viva do organismo universal que é da Igreja. Os fiéis que formam uma paróquia devem ser uma família espiritual que, unida a outras, forma a sociedade ou edifício espiritual. Nesta organização, a Igreja Matriz deve ser o expoente da fé e da piedade dos paroquianos.
As funções mais importantes como a administração de alguns sacramentos devem ser realizadas na Igreja Matriz, revestindo-se de maior pompa para maior edificação dos fiéis. A matriz deve estar sempre provida do que há de melhor para o esplendor do culto, contando com os recursos fornecidos pelos paroquianos e pelo pároco.
A vida comunitária, porém, precisa ser descentralizada, sendo realizada e vivenciada em maior ou menor grau em todas as comunidades que formam a paróquia.
Paróquias ambientais
Acompanhando um movimento que vinha de mais tempo, o Documento de Aparecida (DAp) ressalta a necessidade da renovação da Paróquia, com o incremento das comunidades e a busca de uma “nova pastoral urbana”. O documento se situa numa linha intermediária entre Puebla e o Vaticano II, incentivando a criação de comunidades eclesiais menores e à setorização das paróquias e motivando o incremento de uma nova Pastoral Urbana.
O documento leva também a uma nova definição de Paróquia, propondo que a paróquia se transforme numa Comunidade de Comunidades — Rede de Comunidades (DAp 99, 179, 309 e 319), trazendo também uma novidade ao criar o conceito de comunidades ambientais e supraparoquiais, que fujam da simples distribuição geográfica. (DAp 517). Além disso, como outros documentos já haviam insistido, o documento volta a falar da necessidade de diversificar a organização paroquial, com serviços e horários que possam atender a todos (DAp 101).
Confira sugestões de músicas para a entronização da Bíblia na Santa Missa
Confira sugestões de músicas para realizar a entronização da Bíblia nas celebrações de sua paróquia.
A fé do povo do Centro Oeste
Conheça a fé do Centro-Oeste, e as devoções católicas como a Romaria do Divino Pai Eterno e a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Saiba mais.
Em que momento dobramos um dos joelhos na Igreja?
Confira a relevância espiritual em fazer este gesto corporal dentro e fora da celebração litúrgica
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.