O que está acontecendo com a Venezuela

No domingo, dia 28 de julho, a Venezuela mais uma vez foi às urnas para a escolha de seu presidente. Divulgados os resultados, oficialmente Nicolas Maduro, presidente em exercício, foi declarado vencedor com pouco mais de 51% dos votos, ainda que não tenha publicado as atas de cada uma das sessões eleitorais. A oposição rejeitou a derrota, denunciando manipulação dos resultados. E as pessoas estão indo às ruas em protesto contra o resultado!

O chavismo, corrente política liderada hoje por Maduro, sucessor de Hugo Chavez, sempre pareceu convencido da vitória.

Com a vitória, Nicolas Maduro poderá dar continuidade a um projeto político iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez em 1998. De lá para cá, o chavismo se consolidou enquanto linha político-ideológica da Venezuela e, pela 7ª eleição presidencial seguida, supostamente conquista os votos para mais um mandato.

De pronto Rússia, Cuba, Honduras e Bolívia comemoraram a suposta vitória de Maduro, mas os governos dos Estados Unidos e de outros países questionaram os resultados oficiais que mostraram a vitória de Maduro sobre o candidato da oposição, Edmundo González.

Futuro da Venezuela

Os analistas políticos têm encontrado dificuldade em caracterizar o regime vivido pela Venezuela, se é um regime ditatorial, totalitário ou socialista, porque elementos de todos se misturam na forma como o país vem sendo governado.

Mas, de qualquer maneira, o resultado das eleições mais uma vez está colocando o país num terreno já bastante conhecido, gerando o impasse nas relações internacionais, paralisação política e descrédito como se vê pela contestação da população e pelo questionamento dos governos do Chile, Colômbia, da Argentina e do Peru.

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O presidente Nicolas Maduro tem governado durante um colapso econômico, que já provocou a migração de cerca de um quarto da população e uma profunda deterioração de relações diplomáticas, coroada por sanções impostas por Estados Unidos, União Europeia e outros países, que prejudicaram o setor petrolífero, maior fonte de renda do país, que já estava com problemas.

A crise política na Venezuela ameaça deixar milhões de pessoas em situação de dificuldade, aumenta a tensão já vivida na região e divulga o racha no continente latino-americano.

Nícolas Maduro já rompeu relações com sete países da América Latina, expulsou seus diplomatas e, como resposta, alguns desses países também indicaram que estão expulsando os diplomatas venezuelanos de suas capitais.

Existem hoje 7,7 milhões de venezuelanos vivendo no exterior, o que representa um quarto da população do país, que deixou a Venezuela nos 25 anos do chavismo. Diante desse cenário, uma das eventuais consequências será o aumento do fluxo de imigrantes e refugiados para países que ainda mantém relações diplomáticas com a Venezuela. Ou seja, um movimento ainda maior de pessoas para o Brasil e Colômbia deve acontecer nos próximos meses.