Leia Mais“Os jovens da Igreja podem ser fermento”, diz Dom Odelir José MagriDom Leomar: "Ser católico é aceitar formas diferentes de pensar"“As crises fazem parte da vida e a Igreja enfrentou muitas; sua história desde a origem o demonstra. Muitas vezes foi predito seu desaparecimento, todavia, ela continua lá. Fato é que muitas dessas crises foram importantes para o fortalecimento da Igreja”.
O trecho acima foi retirado do mais novo lançamento da Editora Santuário, o livro “As crises da Igreja – O que elas nos ensinam”, de Sylvie Bernay e Bernard Peyrous.
O livro é uma obra traduzida por Dom Hilário Moser, membro da Congregação dos Salesianos de Dom Bosco, e atualmente bispo emérito de Tubarão (SC), que foi lançado durante a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Dom Hilário conversou com exclusividade com o A12 e falou sobre a sua motivação para trabalhar na tradução do livro. O bispo emérito, além de entusiasta, disse ter grande interesse no conhecimento detalhado da caminhada da Igreja ao longo do tempo.

O livro apresenta uma visão espiritual da Igreja por meio dos acontecimentos que a sacudiram, mas que também a fizeram crescer, concluindo que é sempre necessário enfrentar essas crises e examinar atentamente os fatos, a fim de extrair deles ensinamentos.
Dom Hilário acredita que a Igreja sempre usou de muita sabedoria para sair de suas crises de forma fortalecida.
“A Igreja sabe reconhecer o próprio passado para viver com maior fidelidade o presente, enquanto olha o futuro com esperança. O derrotismo não faz parte de sua história”, escreveu Dom Hilário para o A12.

O religioso, que se dedicou com íntima satisfação na tradução da obra literária, também falou sobre a gestão de crise realizada pelo Santo Padre, Papa Francisco, nesses dez anos de seu pontificado.
“Em particular, estou convencido de que o Papa Francisco captou e transmite o ‘autêntico espírito’ do Concílio Vaticano II, o qual, traduzido em obras, é e será o melhor antídoto para qualquer crise da igreja. Pastor humano, simples, humilde, sábio, decidido, misericordioso, ele vai conduzindo o Povo de Deus pelos caminhos do Evangelho”, disse Dom Hilário.
.:: Leia a entrevista com Dom Hilário Moser na íntegra:
A12: Dom Hilário, qual a motivação para trabalhar numa obra como “As crises da Igreja”?
Dom Hilário: Na verdade, foi pura casualidade receber a solicitação do Diretor da Editora Santuário para traduzir o livro em questão. Por outro lado, dediquei-me ao trabalho com íntima satisfação. Conhecer mais detalhadamente a caminhada da Igreja desde seus inícios até hoje, seus percalços, suas reações, seu contínuo renascer, para mim é motivo de grande interesse e entusiasmo.
A12: Toda crise gera um ensinamento, uma lição. Quais as principais lições que a Igreja tirou de suas crises?
Dom Hilário: Penso que a lição principal que as crises proporcionaram à Igreja seja esta: o cumprimento da promessa de Jesus quando disse: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos" (Mt 28, 20), e quando prometeu: "Espírito da Verdade vos guiará a toda a verdade" (Jo 16, 13). Inclusive, esta promessa do Senhor permite que a Igreja enfrente as crises futuras com serenidade, apesar de inevitáveis desgastes e sofrimentos.
A12: De certa forma, após essas lições, a Igreja sai fortalecida de suas crises?
Dom Hilário: Sem dúvida. Eu diria que a Igreja sempre usou de muita sabedoria ao enfrentar qualquer crise e delas sempre saiu fortalecida. A Igreja sabe reconhecer o próprio passado para viver com maior fidelidade o presente, enquanto olha o futuro com esperança. O derrotismo não faz parte de sua história.

A12: Falando de um período mais atual, como a Igreja vem tratando as crises recentes, como os casos de pedofilia e outros escândalos?
Dom Hilário: De modo geral, para responder aos problemas do momento, a Igreja tomou duas atitudes. Em primeiro lugar, estimula o Povo de Deus a "tomar consciência" da situação e da necessidade urgente de uma "vontade concreta" de superá-los: de fato, se o Povo de Deus como tal não decidir ser uma Igreja mais de acordo com o Evangelho, nada acontecerá. Em segundo lugar, tomou uma série de medidas concretas (de ordem espiritual, pastoral e jurídica) para sanar as "feridas" que afligem o Povo de Deus e traçar caminhos de maior compromisso futuro. Claro, nada é mágico, tudo tem seu tempo e as consciências amadurecem aos poucos. Para casos concretos de maior gravidade, especificamente no que tange à pedofilia e outros escândalos, a Igreja adotou a política de "tolerância zero": o tumor é eliminado imediata e radicalmente para o bem do Povo de Deus.
A12: Por fim, na opinião do senhor, o Santo Padre, Papa Francisco, foi fundamental para gerir a Igreja nesse momento de crise? Podemos citar a diminuição do número de vocações, por exemplo. Como o senhor enxerga as atitudes do Papa nesses 10 anos de pontificado?
Dom Hilário: Eu creio sinceramente que quando há reta intenção no que se faz, o Espírito Santo está presente e age. Assim, pois, considero o Papa Francisco o pastor certo para o momento certo. A crise em que nos debatemos, só Deus sabe quanto tempo vai durar; entretanto, o Papa Francisco é quem mais nos ajuda a manter viva nossa fé, nossa esperança, nosso compromisso: sem dúvida, ele é "sinal" da presença de Jesus entre nós. Assim como o Povo de Israel no deserto, também a Igreja atravessa momentos dolorosos: cristianismo em baixa, igrejas vazias, vocações escassas, superficialidade da fé, descompromisso moral e outras mazelas. Apesar disso, sem perder a esperança, o Papa Francisco, mediante seu exemplo, sua palavra, suas orientações, suas decisões, vai apontando o caminho e ajudando a caminhar os que realmente querem seguir Jesus Cristo. Em particular, estou convencido de que o Papa Francisco captou e transmite o autêntico "espírito" do Concílio Vaticano II, o qual, traduzido em obras, é e será o melhor antídoto para qualquer crise da Igreja. Pastor humano, simples, humilde, sábio, decidido, misericordioso, ele vai conduzindo o Povo de Deus pelos caminhos do Evangelho.
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