Santo Padre

"A quaresma nos convida a descer do palco do fingimento", diz o Papa

Na homilia da Missa de Cinzas, Santo Padre enfatizou que não devemos ter medo “de nos despojar dos revestimentos mundanos e voltar ao coração”

Escrito por Redação A12

15 FEV 2024 - 10H43 (Atualizada em 15 FEV 2024 - 10H56)

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Nesta quarta-feira (14), o Papa Francisco presidiu a Santa Missa com o rito da bênção e imposição das cinzas, na Basílica de Santa Sabina, em Roma.

Ao iniciar a reflexão sobre as leituras e o Evangelho, o Santo Padre relembra que a Quaresma nos mergulha em um banho de purificação e despojamento, nos ajuda a tirar uma certa “maquiagem” do que nos revestimos para brilhar, para aparecer melhores do que somos.

“Voltar ao coração significa tornar ao nosso verdadeiro eu e apresentá-lo diante de Deus tal como é, nu e sem disfarces. A vida não é um teatro, e a Quaresma convida-nos a descer do palco do fingimento e regressar ao coração, à verdade daquilo que somos. Regressar ao coração, regressar à verdade.”.

Voltar ao essencial

Francisco nos exorta que o gesto de receber as cinzas tem como objetivo nos reconduzir à realidade essencial de nós mesmos: somos pó, a nossa vida é como um sopro, mas o Senhor não deixa que ela desapareça.

As cinzas postas sobre a nossa cabeça convidam-nos a redescobrir o segredo da vida. Enquanto continuares a usar uma armadura que cobre o coração, a disfarçar-te com a máscara das aparências, a exibir uma luz artificial para te mostrares invencível, permanecerás árido e vazio. Pelo contrário, quando tiveres a coragem de inclinar a cabeça para te olhares intimamente, então poderás descobrir a presença de um Deus que desde sempre te amou”.

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O Senhor habita em nossa fragilidade

Falando sobre os elementos principais do tempo quaresmal, da esmola, da oração e do jejum, o Papa recordou que tais ações não se podem reduzir a práticas exteriores, mas são caminhos que nos levam de volta ao coração, ao essencial da vida cristã.

“Por isso nos diz o Senhor: ‘entra no segredo, volta ao centro de ti mesmo’. Aí onde se abrigam também tantos medos, sentimentos de culpa e pecados, precisamente aí desceu o Senhor para te curar e purificar. Entremos no nosso quarto interior: aí habita o Senhor, é acolhida a nossa fragilidade e somos amados sem condições”.

Silêncio para ouvir Deus falar

O Santo Padre finalizou a homilia orientando que na Quaresma, para voltar a Deus de todo o coração, que possamos dar espaço à oração feita de adoração silenciosa, na qual permaneçamos na presença do Senhor à escuta como fizeram Moisés, Elias, Maria, como Jesus.

“Inclinemos o ouvido do coração Àquele que, no silêncio, nos quer dizer: 'Eu sou o teu Deus, Deus de misericórdia e compaixão, o Deus do perdão e do amor, o Deus da ternura e da solicitude. (…) Não te julgues a ti mesmo. Não te condenes. Não sintas aversão de ti. Deixa que o meu amor toque os recônditos mais profundos e escondidos do teu coração e te revele a tua própria beleza; uma beleza que perdeste de vista, mas que se te vai tornar novamente visível na luz da minha misericórdia'”.

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Fonte: Vatican News

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