Neste domingo, 2 de junho, diante de milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco dedicou a reflexão que precede a oração do Angelus à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, comemorada hoje na Itália e em outros países.
O Pontífice, em sua mensagem, meditou sobre o Evangelho que nos apresenta a Última Ceia de Jesus (Mc 14,12-26), durante a qual Ele realiza um gesto de entrega:
“No pão partido e no cálice oferecido aos discípulos, é Ele mesmo que se doa por toda a humanidade e se oferece pela vida do mundo.”
Francisco enfatizou que, no ato de partir o pão, há um aspecto importante nas palavras de Jesus: “e lhes deu”. Ele adicionou: “A Eucaristia, de fato, remete antes de tudo à dimensão do dom. O Senhor toma o pão não para consumi-lo sozinho, mas para parti-lo e dá-lo aos discípulos, revelando assim sua identidade e sua missão”, pois, de toda a sua vida, Jesus fez um dom.
O Papa explicou que celebrar a Eucaristia e se alimentar desse Pão, como fazemos especialmente aos domingos, não é um ato de culto desvinculado da vida ou um simples momento de consolação pessoal.
“Sempre devemos nos lembrar que Jesus tomou o pão, partiu-o e lhes deu e, portanto, a comunhão com Ele nos torna capazes de também nos tornarmos pão partido para os outros, de compartilhar o que somos e o que temos.”
Segundo o Papa, este é o chamado de todo cristão: tornarmo-nos “eucarísticos”, ou seja, pessoas que não vivem mais para si mesmas, na lógica da posse e do consumo, mas que sabem fazer de suas vidas um presente para os outros.
Assim, graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo:
“Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, quando cultivamos laços de fraternidade, quando compartilhamos os sofrimentos de nossos irmãos e dividimos nosso pão e nossos recursos com os necessitados, quando colocamos à disposição de todos os nossos talentos, então estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus.”
Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a uma reflexão:
“Perguntemo-nos então: guardo minha vida somente para mim ou a dou como Jesus? Eu me gasto pelos outros ou estou fechado em meu pequeno eu? E, nas situações do dia a dia, sei como compartilhar ou busco sempre o meu próprio interesse?”
“Que a Virgem Maria, que acolheu Jesus, o Pão descido do Céu, e se doou inteiramente junto com Ele, ajude também a nós a nos tornarmos um dom de amor, unidos a Jesus na Eucaristia”, concluiu Francisco.
Assista à reflexão na íntegra:
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