Angelus: "Jesus nunca chama apenas uma vez", diz Papa

Na celebração da Solenidade de São Pedro e São Paulo, o Papa Leão XIV conduziu o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano. A data marca a memória dos padroeiros de Roma e convida a Igreja a recordar o testemunho corajoso e vivido por amor ao Evangelho.

Durante sua mensagem, o Papa afirmou que a Igreja foi gerada “pelo testemunho dos Apóstolos Pedro e Paulo e fecundada pelo seu sangue”. Ele lembrou que o mesmo espírito continua vivo hoje, com cristãos que, movidos pela fé, ainda arriscam a própria vida em atos de coragem e doação.

“Existe um ecumenismo de sangue, uma unidade invisível e profunda entre as Igrejas cristãs, mesmo que não vivam ainda uma comunhão plena e visível entre si. Por isso, nesta solene festa, quero confirmar que o meu serviço episcopal é um serviço à unidade e que a Igreja de Roma está empenhada, pelo sangue dos Santos Pedro e Paulo, em servir com amor a comunhão entre todas as Igrejas.”

Leão XIV também refletiu sobre o Evangelho do dia (Mt 16, 13-19), recordando que Cristo é a pedra sobre a qual Pedro foi nomeado. Essa pedra, rejeitada pelos homens, tornou-se fundamento. O Papa destacou que seguir Jesus exige escolher o caminho das bem-aventuranças, ainda que isso implique rejeição e sofrimento. “A glória de Deus brilha nos seus amigos e os vai moldando, ao longo do caminho, de conversão em conversão.”

Diante dos túmulos dos dois grandes apóstolos, o Santo Padre destacou que a santidade deles não nasceu da perfeição, mas da experiência do perdão. Ele lembrou que o Novo Testamento não oculta suas falhas, erros e pecados.

“O Ressuscitado foi buscá-los, mais do que uma vez, para os colocar de novo no seu caminho. Jesus nunca chama apenas uma vez. É por isso que todos nós podemos sempre ter esperança, como também nos recorda o Jubileu.”

Essa certeza é fonte de esperança para todos, especialmente no caminho do Jubileu que vivemos. Para o Santo Padre, a unidade começa dentro das famílias e comunidades, e só é possível onde há confiança mútua. “A unidade na Igreja e entre as Igrejas alimenta-se do perdão e da confiança. Se Jesus confia em nós, também podemos confiar uns nos outros.”

Ao encerrar o Angelus, o Papa confiou à intercessão de Pedro, Paulo e da Virgem Maria o caminho da Igreja neste tempo.

“Que, neste mundo dilacerado, a Igreja seja sempre casa e escola de comunhão.”

O Papa também se solidarizou com as vítimas da explosão no liceu Barthélémy Boganda, em Bangui, na República Centro-Africana. Por fim, dirigiu uma saudação aos sacerdotes de Roma, encorajando-os a seguirem firmes em seu ministério.

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