Angelus: Papa pede fidelidade à verdade apesar do mundo pedir o oposto

No Angelus do último domingo (17), o Papa Leão XIV refletiu sobre a missão cristã e os desafios de viver segundo a verdade. Diante de milhares de fiéis reunidos em Castel Gandolfo, onde o Pontífice faz sua segunda etapa de descanso de férias, ele destacou que seguir a Cristo exige coragem.

“Agir segundo a verdade tem um custo, porque no mundo há quem opte pela mentira”, afirmou o Santo Padre.

O Papa lembrou que Jesus mesmo enfrentou rejeição e perseguição, e a tentação da vingança nunca deve ser o caminho. “Ele convida-nos a não responder à prepotência com a vingança, mas a permanecer fiéis à verdade na caridade.”

O preço da coerência

O Papa explicou que a fidelidade ao Evangelho se manifesta no cotidiano. Pais que educam os filhos, professores que formam com responsabilidade e profissionais que trabalham com honestidade também enfrentam sacrifícios.

Inspirando-se em Santo Inácio de Antioquia, recordou: “Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da terra.”

O Pontífice pediu que todos confiem em Nossa Senhora: “Peçamos a Maria, Rainha dos Mártires, que nos ajude a ser testemunhas fiéis e corajosas.”

Oração pela paz e pelas vítimas

Após o Angelus, Leão XIV rezou pelas vítimas das enchentes no Paquistão, Índia e Nepal. “Rezo pelas vítimas e por suas famílias, assim como por todos aqueles que sofrem por causa desta calamidade.”

Ele também pediu o fim das guerras.

“Rezemos para que os esforços para fazer cessar as guerras e promover a paz tenham sucesso; para que, nas negociações, o bem comum dos povos seja sempre colocado em primeiro lugar.”

Missa aos pobres

O Papa Leão XIV presidiu no domingo a missa no Santuário de Santa Maria della Rotonda, em Albano Laziale, com a presença de cerca de 110 pessoas, a maioria assistidas pela Cáritas.

Em sua homilia, destacou que o domingo é o dia em que os cristãos experimentam a vitória de Cristo sobre a morte e recordou que a Igreja deve ser espaço de acolhida:

“A nossa pobreza, a nossa vulnerabilidade e, sobretudo, os fracassos [...] são finalmente acolhidos na doce força de Deus, um amor sem arestas e incondicional”.

O Santo Padre pediu que os fiéis não afastem Jesus da vida cotidiana, mas O encontrem especialmente nos pobres. “Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos, todos sujeitos, cada um portador de uma Palavra singular de Deus. Derrubemos os muros”, afirmou.

Ao final, confiou a celebração à intercessão da Virgem Maria e saudou pessoalmente os acolhidos e voluntários, reforçando que o verdadeiro fogo que Cristo traz ao mundo é o amor que serve e cuida.

Um almoço de fraternidade

Na parte da tarde, o Santo Padre participou de um almoço no Borgo Laudato si’, em Castel Gandolfo, com pessoas em situação de vulnerabilidade. Estavam presentes moradores de rua, acolhidos de casas de assistência e representantes da Cáritas.

“A criatura mais bela é aquela criada à semelhança e imagem de Deus, que somos todos nós”, disse o Papa, lembrando que cada encontro humano é lugar da presença de Deus.

Vatican Media

Antes da refeição, rezou pelos organizadores: “Senhor, nós te agradecemos por todos os dons recebidos da tua Providência. Ajuda-nos a viver sempre a verdadeira caridade.”

O encontro foi promovido pela Diocese de Albano em colaboração com o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral. O cardápio respeitou tradições locais e os convidados levaram como lembrança um chaveiro feito por religiosas.

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Fonte: Vatican News