Papa Francisco se dedicou a ensinar na Audiência Geral, aos fiéis na Praça de São Pedro, sobre a quarta e última virtude cardeal: a temperança. O Santo Padre recordou que para os antigos estudiosos, o conhecimento e a prática dos valores e as virtudes tinham como objetivo a felicidade.
Citando o filósofo Aristóteles, que ao escrever o seu mais importante tratado de ética, abordou o tema das virtudes, entre as quais ocupa um lugar importante a temperança, o Papa afirmou que “esta virtude é, portanto, a capacidade de autocontrole, a arte de não se deixar dominar pelas paixões rebeldes, de pôr ordem na confusão do coração humano.”
O Pontífice, com embasamento no Catecismo da Igreja Católica, que enfatiza que “a temperança é a virtude moral que modera a atração dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados”, afirmou que a temperança é a virtude de agir na medida certa:
“Em todas as situações, ela se comporta com sabedoria, porque as pessoas que sempre agem por ímpeto ou exuberância, em última análise, não são confiáveis. Em um mundo onde tantas pessoas se orgulham de dizer o que pensam, a pessoa temperante prefere pensar no que diz. Ela não faz promessas vãs, mas assume compromissos na medida em que pode satisfazê-los.”
Quando confrontados com os prazeres da vida, segundo o Papa Francisco, a temperança nos ensina a agir com discernimento.
“O livre fluxo dos impulsos e a total licença concedida aos prazeres acabam se voltando contra nós mesmos, mergulhando-nos num estado de tédio. A pessoa temperante (…) não permite que um momento de raiva arruíne relacionamentos e amizades que depois só podem ser reconstruídas com dificuldade (…)”.
E, por fim, o Santo Padre ofereceu alguns exemplos da pessoa temperante:
“É sensível, sabe chorar e não tem vergonha disso, mas não sente pena de si mesmo. Derrotado, ele se levanta novamente; vitorioso, ele consegue retornar à sua vida oculta habitual. Não busca aplausos, mas sabe que precisa dos outros. Não é verdade que a temperança deixa-nos grisalhos e tristes. Antes, faz-nos desfrutar melhor dos bens da vida.”
No final da Audiência Geral, o Papa recordou as populações da Terra Santa e da Ucrânia assoladas por conflitos e fez um apelo em prol das vítimas de torturas que “ferem a dignidade da pessoa”.
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Fonte: Vatican News
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