Leia MaisPapa escreve mensagem na chegada a QuebecPapa realiza uma das etapas mais significativas da viagem ao CanadáNesta sexta-feira (29), o Papa Francisco realizou seu último dia da peregrinação pelo Canadá num encontro, em Quebec, com uma delegação de indígenas.
Ao término daquela que foi uma viagem penitencial, no caminho da cura e reconciliação, o encontro no Arcebispado na cidade de Québec foi ocasião para Francisco ressaltar mais uma vez o espírito de penitência que caracterizou sua visita em terras canadenses.
“Vim ao Canadá como amigo para vos encontrar, para ver, ouvir, aprender e calcular como vivem as populações indígenas deste país. Vim como irmão, para descobrir pessoalmente os frutos bons e maus produzidos pelos membros da família católica local, no decurso dos anos”, disse o Papa.
E continuou:
“Vim com espírito penitencial, para vos manifestar o pesar que sinto no coração pelo mal que não poucos católicos vos causaram, apoiando políticas opressivas e injustas aplicadas a vós”, falou o Pontífice.
Já no início de sua saudação à delegação de indígenas, Francisco agradeceu aos índios por terem se deslocado até ali, vindos de vários lugares de Quebec, e lembrou que os momentos de sua visita são caracterizados pela frase “Caminhar Juntos”.
Antes de concluir, o Pontífice destacou a figura de três mulheres, reiteradas vezes evocadas durante estes dias de sua viagem apostólica ao Canadá.
“Desejo confiar tudo o que vivemos nestes dias e a prossecução do caminho que nos espera à cuidadosa solicitude de quem sabe guardar o que conta na vida: penso nas mulheres, particularmente em três delas. Primeiro, em Santa Ana, cuja ternura e proteção pude sentir ao venerá-la juntamente com um povo de Deus que reconhece e honra as avós. Segundo, penso na Santa Mãe de Deus: nenhuma criatura merece mais do que Ela ser definida peregrina, porque sempre – também hoje, mesmo agora – está a caminho: a caminho entre Céu e terra, para cuidar de nós por conta de Deus e para nos conduzir pela mão ao seu Filho. Finalmente, com frequência nestes dias, a minha oração e o meu pensamento detiveram-se numa terceira mulher que nos acompanhou com a sua suave presença e cujos restos mortais se conservam não muito longe daqui: refiro-me a Santa Catarina Tekakwitha. Veneramo-la pela sua vida santa, mas não poderemos pensar que a sua santidade de vida, caraterizada por uma dedicação exemplar à oração e ao trabalho, bem como pela capacidade de suportar com paciência e mansidão tantas provações, tenha sido possível também por certos traços nobres e virtuosos herdados da sua comunidade e do ambiente indígena onde cresceu?", pontuou o Papa.
Por fim, o Papa confiou a elas que “abençoem o nosso caminho comum, intercedam por nós e por esta grande obra de cura e reconciliação tão agradável a Deus”. Francisco abençoou os presentes, agradecendo mais uma vez, e pediu que continuem rezando por ele.
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