Neste domingo (05), Papa Francisco refletiu junto aos fiéis antes da oração do Regina Caeli na Praça São Pedro, sobre a essência e a veracidade da amizade.

O santo padre explicou que a amizade não é só estar ao lado de alguém quando ele está certo, quando ele está em seu melhor momento, mas sim corrigir quando o amigo erra, ajudar levantar quando ele cai.

“Um verdadeiro amigo não abandona, nem mesmo quando você comete um erro: ele o corrige, talvez até o repreenda, mas ele o perdoa e não o abandona”.

Francisco destacou aos fiéis e peregrinos presentes que o Evangelho deste domingo nos lembra da relação de Jesus com seus Apóstolos, quando ele diz: “não os chamo mais de servos, mas de amigos”.

Ao refletir sobre Jesus e seus Apóstolos, o papa explica que uma relação precisa de amizade, não basta ser servo de Deus, se você não confia nele por inteiro, não o enxerga como amigo.

“O que significa isso? Na Bíblia, os servos de Deus são pessoas especiais, a quem ele confia missões importantes, por exemplo, Moisés, o rei Davi, o profeta Elias, até a Virgem Maria. Eles são pessoas em cujas mãos Deus coloca seus tesouros. Mas tudo isso não é suficiente, de acordo com Jesus, para dizer quem somos para Ele: é preciso mais, algo maior, que vai além dos bens e dos próprios projetos: é preciso amizade”.

Continuando sua mensagem, o pontífice recorda das mudanças que a amizade dá no caminho de cada um, desde a infância até a velhice, e reforça que a Palavra de Deus no Livro dos Provérbios nos diz: “o perfume e o incenso alegram o coração e o conselho de um amigo adoça a alma”.

“Desde criança, aprendemos como essa experiência é bela: aos amigos, oferecemos nossos brinquedos e os mais belos presentes. Depois, quando crescemos, como adolescentes, confiamos a eles nossos primeiros segredos; como jovens, oferecemos lealdade; como adultos, compartilhamos satisfações e preocupações; como idosos, compartilhamos lembranças, considerações e silêncios de longos dias. Pensemos por um momento em nossos amigos e amigas e agradeçamos ao Senhor”.

Para compreender a essência e a veracidade de uma amizade, não é preciso estudo, somas e descobertas científicas, precisamos apenas olhar para nossos amigos e lembrar como foi que aquela amizade surgiu, na maioria das vezes ela começa sem pretensão alguma, nós só olhamos e nos identificamos com outro.

“A amizade não é o resultado de cálculos nem de coerção: ela surge espontaneamente quando reconhecemos no outro algo de nós. E, se é verdadeira, é tão forte que não falha nem mesmo diante de uma traição. O amigo ama em todo tempo”.

Papa ainda enfatiza que é preciso fortalecer os laços das amizades, não abandonar um amigo nem mesmo quando algo de ruim acontece. E lembra ainda da reação de Jesus diante da traição de Judas: “Amigo, é por isso que você está aqui”.

O santo padre reafirmou que Jesus quer ser nosso amigo e é preciso que cada pessoa enxergue Jesus desta maneira. Ele ainda incentivou os fiéis a se questionarem e refletirem sobre esse relacionamento com Cristo.

“Que rosto o Senhor tem para mim? O rosto de um amigo ou de um estranho? Eu me sinto amado por Ele como uma pessoa querida? E qual é o rosto de Jesus que eu testemunho aos outros, especialmente àqueles que cometem erros e precisam de perdão?”

E concluiu pedindo a intercessão de Maria pela nossa amizade com Jesus.

“Que Maria nos ajude a crescer na amizade com seu Filho e a espalhá-la ao nosso redor”.