Nesta quarta-feira (10), o Papa Francisco refletiu sobre a fortaleza, terceira virtude cardeal, dando sequência às catequeses sobre vícios e virtudes durante a Audiência Geral, na Praça São Pedro.
O Santo Padre destacou a definição apresentada pelo Catecismo da Igreja Católica (CIC):
“A fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na prossecução do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar a provação e as perseguições”.
De acordo com o Papa, a fortaleza é “a mais combate das virtudes” e “os antigos a chamavam de apetite irascível”. Nesse sentido, o pensamento antigo era incapaz de imaginar um homem sem paixões, mas não significa que elas sejam ‘ruins’ e sim utilizadas e alinhadas para o bem:
“Um cristão sem coragem, que não dedica as suas forças ao bem, que não incomoda ninguém, é um cristão inútil. Jesus não é um Deus diáfano e apático, que não conhece as emoções humanas. Ao contrário. Diante da morte do seu amigo Lázaro, começa a chorar; e a sua alma apaixonada transparece algumas das suas expressões.”
O Papa Francisco falou também da virtude da fortaleza a partir do ponto de vista existencial. Segundo ele, os filósofos gregos e os teólogos cristãos diziam ter uma dualidade nesta virtude.
A primeira diz respeito ao nosso interior e a luta contra os inimigos que estão em nós mesmos, como a ansiedade, a culpa e situações que nos paralisam.
“A fortaleza é uma vitória, antes de mais nada, contra nós mesmos. A maioria dos medos que surgem em nós, não são realistas e nem se concretizam. Melhor então invocar o Espírito Santo e enfrentar tudo com paciente fortaleza: um problema de cada vez, como somos capazes, mas não sozinhos!”
O outro lado da fortaleza, conforme explicou o Santo Padre, possui uma natureza mais ativa. “Além das provações internas, existem os inimigos externos, ou seja, as provações da vida, as perseguições, as dificuldades que não esperávamos e que nos surpreendem”:
“Podemos tentar prever o que nos vai acontecer, mas a realidade é, em grande parte, constituída por acontecimentos imponderáveis, e neste mar o nosso barco é, por vezes, sacudido pelas ondas. A fortaleza nos torna marinheiros resistentes, que não se assustam nem desanimam.”
Para finalizar o Papa salientou que a fortaleza é fundamental para os desafios atuais.
“[…] às vezes sentimos uma saudável nostalgia dos profetas. Mas as pessoas desconfortáveis e visionárias são muito raras. Precisamos de alguém que nos tire do lugar acomodado em que nos instalamos e nos faça repetir resolutamente: 'não' ao mal e 'não' à indiferença; 'sim' ao caminho que nos faz progredir e pelo qual queremos lutar.”
O Santo Padre concluiu com o pedido para redescobrirmos no Evangelho a fortaleza de Jesus e aprendê-la por meio dos testemunhos dos santos e santas.
Fonte: Vatican News
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