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Fé e missão: o papel do coordenador e auxiliar do Setor Missionário

Escrito por Pe. José Inácio Medeiros, C.Ss.R.

21 JAN 2014 - 14H49 (Atualizada em 18 JAN 2024 - 12H56)

O ponto de partida e o fundamento de todo o trabalho missionário realizado pelos redentoristas nas Santas Missões Populares é a pessoa do Coordenador/Auxiliar que é convocado para viver uma missão a partir de sua própria vida e experiência de fé. 

Ponto de partida

Tudo começa a partir do momento em que um determinado pároco solicita as Santas Missões para a sua paróquia. Como as solicitações são muitas, em geral será necessário aguardar certo tempo para que o seu pedido possa ser atendido. Mas a partir do momento em que a paróquia é incluída no Calendário Missionário o pároco já é solicitado a começar uma Campanha de Orações para motivar e envolver as comunidades da paróquia. Ele também é solicitado a convocar pessoas que possam ir assumindo os diversos serviços da missão, integrando diversas equipes que serão formadas. 

Entre todos os serviços missionários destaca-se a missão de ser Coordenador/Auxiliar Missionário num setor que funcionará como um grupo na base da comunidade, envolvendo as famílias de uma mesma rua ou quadra pela Palavra rezada e refletida, pela comunhão de vida e fraternidade. O critério que norteia a formação dos setores é a vizinhança, a amizade e a proximidade.

Desde o momento em que o missionário que coordena a missão na comunidade paroquial, junto com uma irmã missionária, inicia a primeira fase das missões chamada de Missão da Visitação, já começa também a convocação, a capacitação e a preparação prática das lideranças leigas da paróquia que nós chamamos de “Forças Vivas da Comunidade”.

A primeira fase das missões é, portanto, de convocação, agregando pessoas ao serviço missionário. Por isso ela se chama Missão da Visitação ou da convocação. A segunda fase chamada de Missão nas Famílias é o tempo especial em que os leigos das comunidades exercem a sua missionariedade recebida de Deus pelo batismo, visitando as famílias, refletindo com elas a Palavra de Deus, conversando sobre sua própria vida e buscando pistas de ação a partir da fé.

Desta forma, aos poucos, os próprios missionários leigos da comunidade local vão se redescobrindo e tomando consciência de que a vida é dom concedido por Deus a todos e, portanto, um presente que precisa ser amado, respeitado e dividido. Não se trata de viver a vida de qualquer jeito ou de qualquer modo, mas do jeito cristão, pois esse é o jeito de Jesus. 

É Deus que chama

Quando alguém se sente chamado para ser Coordenador/Auxiliar há sempre uma mediação concreta. Pode ser o missionário redentorista, a irmã missionária ou alguém da própria comunidade que aponta a pessoa e chama – “Vem com a gente” -, mas esse alguém foi mero instrumento nas mãos de Deus. O chamado é sempre Dele, pois Deus nos fala por meio dos acontecimentos e das pessoas, nos seus gestos e palavras.


O chamado não é algo que acontece por acaso, mas é sim um desejo de Deus. E Deus nunca chama a todos de um mesmo jeito. Deus não se prende a uma única forma de chamar. Ele chama como quer e quando quer. Da parte de cada pessoa cabe compreender o momento que Deus está chamando – estar atento para este momento – mas, acontece que nem sempre a pessoa está atenta e muitas vezes deixa escapar esta “hora de Deus”. Mas como Deus é insistente no amor, vai sempre concedendo outras ocasiões, outras oportunidades, concedendo a sua graça, até que a pessoa perceba o seu desejo e responda positivamente.

Nas muitas missões que pregamos ao longo de um ano, é muito comum encontrar pessoas plenamente dedicadas à missão, que as vezes relutaram em aceitar o convite, mas que depois que o fizeram se sentem realizadas e gratificadas, especialmente quando percebem os frutos surgindo nos setores e nas comunidades da paróquia.

Hoje os grandes desafios ou obstáculos para que alguém assuma sua vocação missionária é, em primeiro lugar, o corre-corre da vida e as muitas atribulações e encargos da pessoa, especialmente no mundo do trabalho ou do lazer. Dentro das comunidades eclesiais, como o grupo de voluntários é pequeno, acaba acontecendo também o fato de uma mesma pessoa estar muito atarefada com diversos encargos na vida paroquial. Nesta hora é preciso priorizar o essencial.

O fato de a vida moderna ser avessa ao espírito comunitário é também outro obstáculo, pois muitas pessoas, mesmo sendo católicas, buscam colocar sua fé e sua vivencia numa dimensão mais individual, fugindo de encargos que envolvam uma participação mais ativa na vida de comunidade. 

Vida e Missão 

Assumir o ministério missionário Como Coordenador/Auxiliar (ministério é Serviço em favor do Reino) é assumir um Serviço que ajuda na edificação do Povo de Deus. Todos os ministérios e todos os dons concedidos por Deus são para a edificação do seu Reino e Ele conta conosco para a sua construção.

Por isso, os Missionários Redentoristas procuram trabalhar de forma mais intensa a espiritualidade do Coordenador/Auxiliar, pois sua missão é bastante exigente porque não se trata de ser simplesmente um funcionário do sagrado, nem um trabalho como outro qualquer que se coloca no nível de uma profissão. Ser um evangelizador de um Setor Missionário ou de uma comunidade é uma função de gratuidade para com o reino de Deus, que a pessoa faz por amor aos outros, à Comunidade e à Igreja de Cristo.

O Coordenador/Auxiliar é convidado a se colocar na condição de fermento na massa, de ser o sal da terra, a luz do mundo, como consequência da vivência e da missão do seu batismo.


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