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Curiosidades sobre a devoção ao Bom Jesus de Pirapora

Cidade localizada na região metropolitana de São Paulo é berço de devoção tricentenária ao Nosso Senhor Bom Jesus

Escrito por Natan Gomes

04 AGO 2025 - 10H58 (Atualizada em 05 AGO 2025 - 14H50)

Gilberto Labriola

O interior paulista mantém uma intensa devoção popular a santos católicos, como Nossa Senhora Aparecida e São Geraldo Majella, cujos Santuários em Aparecida e Sorocaba são centros de peregrinação.

.:: Elevação da Igreja São Geraldo Majella a Santuário Arquidiocesano em Sorocaba ::.

Localizada a apenas 53 km de São Paulo, Pirapora do Bom Jesus guarda a secular devoção ao Senhor Bom Jesus, sendo uma das tradições religiosas mais expressivas da região. Essa devoção celebrará seu tricentenário em 6 de agosto de 2025.

É interessante notar alguns detalhes que passam despercebidos na história de Nosso Senhor Bom Jesus e nos elementos que a circundam, mesmo após quase 300 anos.

Milagres atribuídos ao Bom Jesus de Pirapora:

Desde o encontro da imagem às margens do rio Tietê, dois milagres atraíram a atenção de fiéis de outras localidades: o fogo no paiol e mudo que voltou a falar.

Conta-se que o primeiro lugar onde a imagem foi guardada se tratava de um paiol de milho coberto de palha. Certo dia esse local pegou fogo, mas a imagem de Bom Jesus permaneceu intacta.

Mais tarde, decidiram mover a imagem até a Igreja Matriz de Santana do Parnaíba (SP) em um carro de boi. Em um determinado trecho, o carro travou e os bois não conseguiram seguir. Foi aí que um rapaz mudo que seguia o grupo responsável pelo transporte falou para deixarem apenas duas juntas de boi e voltarem para Pirapora.

Na estrada onde os bois pararam foi construída uma capela e a imagem ficou onde realmente queria estar.

Imagem de Bom Jesus não possuía cabelos:

Ao ser encontrada, a imagem de Nosso Senhor Bom Jesus não possuía cabelos nem o manto vermelho que o cobre.

Essa foi uma iniciativa da população local após presenciarem os milagres do fogo no paiol e o retorno da fala ao mudo.

Puseram nela uma capa vermelha, um saiote branco, uma peruca de cabelos compridos, feita a partir de cabelo humano, uma coroa de espinhos na cabeça, e nas mãos um ramo. Foi assim que o evangelista descreveu Jesus quando foi apresentado a Pilatos.

Gilberto Labriola Gilberto Labriola Pe. Marcelo Magalhães ajustando a capa do Senhor Bom Jesus


Riqueza artística presente no Santuário: 

O Santuário do Senhor Bom Jesus de Pirapora foi construído em 1887 e foi administrado pelos Cônegos Premonstratenses, pela diocese de Jundiaí e atualmente está aos cuidados da Congregação Redentorista.

Com mais de 100 anos de história, vários estilos artísticos diferentes foram retratados nas paredes do Santuário e o tempo contribuiu para o desgaste, prejudicando a originalidade.

Pe. Marcelo Magalhães, C.Ss.R., atual reitor do Santuário, destaca que há 8 camadas de tinta sobrepondo as pinturas originais.

O sacerdote também conta que as pinturas remontam a escola de Pedro Alexandrino — importante participante do movimento naturalista brasileiro — e a escola de artistas de Itu (SP), que patrocinados pela Segunda Coroa, estudaram artes na Europa e voltaram a Pirapora do Bom Jesus para pintar a Igreja.

Desde que assumiram a administração do Santuário em 2018, os Missionários Redentoristas têm atuado arduamente no restauro do ambiente, buscando fazer um resgate histórico.

Arquivo Pessoal Arquivo Pessoal Pe. Marcelo Magalhães fala sobre a importância do restauro sacro na editoria "Arte & Evangelização"


Saiba mais sobre a missão redentorista no Santuário do Senhor Bom Jesus de Pirapora no vídeo abaixo!

Os Missionários Redentoristas convidam todos a participarem da Festa dos 300 anos de devoção ao Nosso Senhor Bom Jesus de Pirapora, que acontece no dia 6 de agosto, às 9h.

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