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O milagre do padre Roberto Lima: entre a vida e a morte

Escrito por Redentoristas

10 DEZ 2020 - 09H40 (Atualizada em 10 DEZ 2020 - 11H52)

Reprodução

Uma experiência "entre dois mundos" e do "milagre da vida", é como o padre Roberto Aparecido de Lima, missionário redentorista, que hoje reside na comunidade religiosa de Araraquara (SP), define como superou um grave momento de enfermidade no ano de 2018. 

Naquele ano, ele foi buscar atendimento médico depois de descobrir a formação de uma hérnia inguinal e acabou ficando internado porque a aorta angina estava funcionando com apenas 5%. O médico indicou fazer uma angioplastia com urgência, que foi realizada no dia seguinte. Pouco tempo depois começou a perder peso, ter anemia, não tinha apetite, e uma perda de sangue significativa. Foi aí que começou o seu calvário pessoal. 

No relato abaixo, escrito com exclusividade para a Revista da Província, padre Roberto conta sobre a experiência que teve com Nossa Senhora Aparecida e com Jesus quando estava internado. Ele passou em coma 49 dias, dos 159 dias na UTI, e ficou entre a vida e a morte. Confira! 

Gustavo Cabral
Gustavo Cabral
Padre Roberto em missa no Santuário Nacional no mês de agosto de 2020


Sou o padre Roberto Aparecido de Lima, Missionário Redentorista com 27 anos de vida religiosa e 30 de vida sacerdotal. Já trabalhei em vários lugares de missões Redentoristas: Santuário Nacional, Santas Missões; Estados Unidos, em uma frente missionária com os imigrantes brasileiros; igrejas não-paroquiais; e tive tantas outras experiências na vida religiosa e no mundo da vida espiritual.

Uma das mais marcantes em minha vida foi o período de enfermidade. Uma experiência de dor, testemunhada por pessoas que me acompanharam: superiores provinciais, confrades (padres e irmãos), familiares e amigos. Eles me fizeram entender que o amor cura qualquer tipo de enfermidade. O testemunho deles me fez entender que a experiência de Deus na vida é busca constante dos desígnios do Pai, reservados para cada um de nós. Minha experiência entre os dois mundos foi assim:

No começo do mês de fevereiro de 2018, eu tive um período constante de enfermidades. A primeira foi uma experiência surpresa: veia principal entupida, 5% da aorta, angina, com necessidade de uma angioplastia urgente. Pude então vencer o primeiro passo do início da batalha contra a enfermidade. Um mês depois comecei a passar mal, com perda de apetite, anemia, sangramento interior, que ocasionou perda significativa de sangue. Fui submetido a todo tipo de exames, e nada foi constatado. Busquei, então, auxílio no Hospital Nove de Julho, em São Paulo. Chegando lá, fui direto para centro cirúrgico (se não operasse morreria e se operasse poderia morrer do mesmo jeito), pois o sangramento não parava. Abriram, tiraram os órgãos para fora e descobriram sete úlceras perfuradas e escondidas no intestino fino. Tiraram 2 metros de intestino fino; tive três paradas cardíacas e três óbitos.

Já estava desenganado pelos médicos e dado como morto, com funeral pronto, missa de corpo presente marcada, cova aberta no cemitério.

Mas, por graça e bondade da divina Misericórdia, pude voltar a meu corpo e ganhar a vida novamente por meio dos exercícios cardíacos que os médicos fizeram. Entrei em coma e fiquei 49 dias desacordado e 159 dias na UTI, recebi 12 transfusões de sangue e fui irrigado por 159 bolsas de sangue. Só então comecei voltar à vida com lucidez, assumir o corpo físico e recuperar todos os meus órgãos que estavam em falência múltipla. Nesse período, gradativamente, pude dar vida espiritual à vida corporal física. No período em que eu estava entre a vida e a morte (consciência mística), entre dois lados, entre dois mundos, dou testemunho do que eu vi do outro lado da vida.

Pude conhecer a dimensão celestial, já que estava morto para o corpo físico. No encontro com Jesus, ele mostrou-me todas as coisas boas que eu fiz na terra e disse: 'por causa dessas obras de misericórdia, você volta à vida com a missão de erguer todos os joelhos que se dobraram para pedir a recuperação de sua vida'. Isso me agradou! Também me disse: 'dizei ao povo que minha misericórdia é infinita e que tudo que pedirem em meu nome e colocar em minhas mãos eu realizarei e atenderei. Mas, se tudo tirarem de minhas mãos, eu não poderei fazer nada'.

Nesse momento, ingressei novamente em meu corpo e comecei a restituir a saúde. Eu chamo de "O Milagre da Vida".

Reprodução/Igreja Santa Cruz
Reprodução/Igreja Santa Cruz
Religioso acena durante missa em fevereiro de 2020, na Igreja Santa Cruz, em Araraquara


Ele me permitiu hoje estar aqui dando o testemunho desta nova vida, depois de vários sinais de sua presença. Um deles aconteceu no dia da cirurgia. Eu estava entre a vida e a morte, e um médico entrou na sala cirúrgica, dizendo que tinha de fazer uma cirurgia de emergência. Disse para minha família: 'eu vim para ajudar uma pessoa'. Após a cirurgia de tantas horas, ele disse a minha família: 'ele vai ficar bem, ele vai ficar vivo'. Todos se perguntaram de onde era aquele médico. Perguntaram para as enfermeiras, que e disseram não haver nenhum médico com as características apresentadas. Uma presença misericordiosa de Jesus!

O outro sinal aconteceu no período de internação, na UTI. Uma senhora negra de porte médio me visitou todas as noites durante 13 dias. Ela se apresentou como fisioterapeuta. Depois que tive alta do hospital, ela não voltou mais. Então, curioso, perguntei para as enfermeiras, que, novamente, disseram não haver mulher negra no quadro da fisioterapia. Quem era essa senhora? 

Tive alta, mas fui diagnosticado com câncer na perna direita. Ao refazer teste e uma biópsia da perna, o resultado deu negativo para câncer; minha perna estava limpa. Fui encaminhado para o vascular para fazer exames, que nada constataram.

Para Deus nada é impossível nem para a mãe que nos acompanha. Por isso, queridos irmãos, que alegria poder viver novamente, dar testemunho da grandeza, da presença da divina misericórdia e da mãe milagrosa do Perpétuo Socorro. Quis partilhar com vocês um pouquinho do grande milagre da vida. O testemunho que eu dou hoje é este: no final da vida, como diz São João da Cruz, seremos salvos pelo tanto de amor que realizamos para o outro. Este é nosso julgamento final: as obras de misericórdia.

Pe. Roberto Aparecido de Lima
Missionário Redentorista
Araraquara - SP 
Dezembro de 2020 



Veja abaixo a entrevista que o padre Roberto concedeu ao programa Fortes na Fé da TV Aparecida e que dá novamente seu testemunho. 



Fonte: Pe. Roberto Aparecido de Lima, C.Ss.R.

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