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Redentoristas no Haiti: fé e missão em meio à crise

Congregação do Santíssimo Redentor tem atuado como Igreja em Saída no Haiti, auxiliando a população em meio a problemas humanitários, políticos e de segurança

Escrito por Redentoristas

28 OUT 2025 - 08H00 (Atualizada em 28 OUT 2025 - 13H35)

Reprodução

A situação atual no Haiti é caracterizada por uma crise humanitária, política e de segurança sem precedentes, onde gangues armadas controlam vastas áreas, especialmente em Porto Príncipe, causando violência generalizada, assassinatos, sequestros e deslocamentos em massa.

O Estado está em colapso, com serviços básicos como saúde e educação severamente afetados, a economia em ruínas e uma grande parcela da população vivendo abaixo da linha da pobreza.

Nessa dura realidade, os missionários redentoristas trabalham entre um povo que sofre muito, mas que vive na esperança do Redentor.

Compartilhamos um texto do missionário redentorista Padre Renold Antoine, C.Ss.R., que sempre trabalhou nessas terras que tanto sofreram.

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A onda de violência que atinge a capital haitiana promove uma nova resposta pastoral

O Código de Direito Canônico de 1983, nos parágrafos 515 § 1, define uma paróquia da seguinte forma: “A paróquia é uma comunidade específica de fiéis estabelecida de maneira estável dentro da Igreja particular, cujo cuidado pastoral, sob a autoridade do Bispo diocesano, é confiado a um pároco como seu próprio pastor”. E ao longo de sua longa história, é isso que tem sido experimentado na Igreja Católica.

No entanto, devido à recente onda de violência em Porto Príncipe, ataques diretos e vandalismo foram relatados em algumas paróquias da capital e em outras áreas fora dela.

Em outras circunstâncias, apesar da gravidade da situação, muitos membros do clero diocesano e religiosos decidiram permanecer entre a população para continuar apoiando os paroquianos e os mais necessitados.

Deve-se notar também que ainda existem algumas paróquias que não foram atacadas e que ainda estão localizadas em áreas mais ou menos controladas pelo governo nacional, onde os paroquianos podem se reunir.

Essas paróquias servem como locais de refúgio espiritual, onde tanto paroquianos quanto padres deslocados buscam e oferecem apoio espiritual.

Dentro dessa categoria de paróquias deslocadas, podemos citar, por exemplo: Santa Ana em Morne à Tuff, Santo Alexandre na Place Carl Brouard, Imaculada Conceição no Hospital Geral, Sagrado Coração em Turgeau e São Geraldo em Carrefour-Feuilles.

Santo Inácio de Antioquia escreveu esta frase bem conhecida em seu tempo: “Onde quer que o Bispo apareça, aí estará também a multidão (o povo); assim como onde quer que Jesus Cristo esteja, aí está a Igreja Católica”. (Cf. Epístola aos Esmirna, Capítulo 8. Escrita no início do século II d.C.).

Hoje, com esta realidade vivida na capital haitiana e seus arredores, podemos dizer: “Onde quer que o povo de Deus apareça; assim como onde quer que Jesus Cristo esteja, aí está a Igreja Católica”.

Com base nisso, os Padres das paróquias deslocadas fazem todo o possível para acompanhar seus paroquianos, não apenas na administração dos Sacramentos, mas também apoiando os deslocados de todas as maneiras possíveis em diferentes áreas (alimentos e kits sanitários, tendas, assistência médica, etc.).

É o caso da Paróquia de São Geraldo, que, devido à onda de violência que abalou o bairro de Carrefour-Feuilles, está atualmente refugiada na Capela de São Padre Pio, em Delmas, pertencente à Paróquia Nossa Senhora de Altagracia.

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Lá, os fiéis espalhados por toda a região metropolitana se reúnem para a missa dominical. Os batismos são celebrados todo segundo e quarto sábado na Capela de São Clemente, em Canapé Vert, pertencente ao Seminário Redentorista.

Para os funerais, o clero paroquial se desloca até a paróquia escolhida pelos familiares do falecido para celebrá-los. Isso destaca o dinamismo dessa nova resposta pastoral.

O tema de uma Igreja em saída, desenvolvido pelo Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, é vivido com sinceridade no Haiti.

Nessa difícil realidade, vemos uma Igreja comprometida, uma Igreja em saída, descentralizada, porque centrada em Cristo, em seu Evangelho e na pessoa humana necessitada.

Esta é a figura do discípulo missionário de que fala o Papa Francisco, pois vivenciamos uma Igreja acidentada, ferida e suja por sair às ruas, e não submetida a estruturas rígidas. (Cf. Evangelii Gaudium, 20-33).

Como nos diz São Paulo em sua Primeira Carta aos Coríntios: “Se um membro sofre, todos os outros sofrem com ele”. (cf. 1 Cor 12,26).

Isso significa que essa dolorosa realidade vivida nesta Igreja particular deve ser a dor de todo o corpo da Igreja Universal.

Esperamos que essa onda de solidariedade vivida entre as paróquias em áreas afetadas pela violência e aquelas não afetadas se espalhe para além do nosso território nacional.

Como missionários que vivemos e trabalhamos nessa realidade, entendemos que é necessária uma resposta unida de toda a Igreja, pois se um membro da Igreja sofre, todos devem sofrer com ele.

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Pe. Renold Antoine, C.Ss.R.

Fonte: Scala News

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