"Igreja e Resistência: Um olhar sobre a igreja nos anos de chumbo" foi o tema refletido nessa quarta feira, 8, pelos quase 400 participantes do Simpósio de Teologia assessorado por Dom José Maria Pires, bispo emérito de João Pessoa (PB).
A realização é da Comissão dos Estudantes de Teologia de São Paulo (Cetesp), que congrega as seguintes instituições: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade São Bento, Centro Universitário Salesiano de São Paulo, Instituto São Paulo de Estudos Superiores (Itesp/Redentoristas) e as Faculdades Integradas Claretianas.
O Simpósio aconteceu na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), na Vila Mariana, em São Paulo, e iniciou às 08h15 com a acolhida do Padre Valdir José de Castro, Diretor da Fapcom, seguido por um momento de oração.
Antes da conferência de Dom José Maria Pires foi realizado o rito de posse da nova Comissão dos estudantes de teologia, a qual ficará por dois anos na organização de eventos que promovam a reflexão teológica, entre eles o Congresso Teológico que será realizado no segundo semestre do próximo ano.
O evento que contou com a presença dos alunos da Fapcom e dos institutos de teologia teve como centro seu assessor, Dom José Maria Pires. Com seus 95 anos de vida, possuidor de uma fé profunda, adepto de uma teologia libertadora e com uma fantástica coragem evangélica, tornou-se um símbolo da resistência, dentro e fora da igreja. Como Arcebispo, na época da Ditadura Militar, atuou de forma incansável pela defesa dos direitos humanos, motivando e fazendo com que a igreja também se tornasse um meio para se chegar a transformação social.
Com uma voz firme e uma memória incrível, Dom Zumbi, como também é conhecido devido sua preocupação e luta por defender o direito dos negros, procurou apresentar, a partir de sua experiência, como a igreja se fez presente durante o período do regime militar que durou de 1964 até 1985. Em sua fala, disse que "a Igreja passou a organizar o povo não só para atividades exclusivamente religiosas mas, também, para a promoção humana e para a luta não-violenta em prol das transformações sociais".
Da equipe de organização, Manoel Gomes, graduando da Faculdade São Bento, falou da importância da temática do simpósio e do assessor escolhido. "Passados 50 anos do golpe militar, época repleta de violação da liberdade, dos direitos humanos, que deixou milhares de mortos, exilados, desaparecidos e torturados, especialmente muitos membros da Igreja Católica, a comissão achou importante organizar esse evento para mostrar como à igreja se fez presente durante os 21 anos que durou a ditadura em nosso país. E, para nos ajudar nessa tarefa contamos com a experiência de Dom José Maria Pires".
Para o Professor Antônio Sagrado Bogaz, do ITESP, o evento superou as expectativas devido ao número de participantes e atingiu seu objetivo: "Foram quase 400 participantes que buscavam conhecer um pouco mais desse período da história que não foi marcado somente pela violência mas, também , pela esperança e resistência por parte de alguns membros da igreja e outras instituições que buscavam e lutavam por democracia e liberdade de expressão. Encerramos esse simpósio felizes na certeza do dever cumprido ". disse à assessoria de imprensa do evento.
Lucas Henrique dos Santos
Comissão dos Estudantes de Teologia de São Paulo
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