Por Redentoristas Em Palavra Redentorista Atualizada em 04 FEV 2019 - 12H24

Cultura digital e a vida religiosa

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Vivemos em um mundo onde todos somos bombardeados com toneladas de informação. Por vezes, devido à quantidade e ao ritmo com que a recebemos, é muito difícil para nós processá-la. Os avanços tecnológicos que vemos na vida cotidiana são exponenciais. A ciência, a mídia e a tecnologia mudaram a forma de como os seres humanos viveram no passado. Hoje pensamos de forma diferente, comunicamos a experiência de forma diferente e processamos a informação de uma maneira diferente. Muitos de nós já viram como a ciência e a tecnologia transformaram o estilo de vida nas últimas duas décadas.

A velocidade com que as mudanças ocorrem é tão rápida que alguns não conseguem acompanhá-las. Nós não interagimos uns com os outros da mesma forma que interagíamos há dez anos. A maneira de como obtemos as informações e os recursos para o conhecimento é completamente diferente do passado. As relações são redefinidas nessa cultura da revolução digital. Imagens da mídia estão remodelando a percepção pública da religião, das crenças e do secularismo. Estamos muito bem conectados neste mundo digital e nesta cultura digital. No entanto, não podemos nos comunicar com pessoas que realmente estão necessitadas e sofrendo.

Riscos e desafios

Como sabemos, a cultura de nossa tempo é digital, e a vida religiosa deve aceitar essa realidade, aproveitar o bem que ela traz e aprender a administrar os riscos e desafios que ele representa. Se nos colocamos no contexto dessa cultura digital, podemos encontrar três grupos de pessoas.

O primeiro é um grupo de pessoas que nasceram antes desse período de mudança exponencial e, ao mesmo tempo, lutam para acompanhar as mudanças neste mundo, especialmente no mundo digital.

O segundo grupo é daqueles que nasceram mais ou menos na época dessa grande transição e caminham junto com as mudanças. As pessoas desse grupo conseguem se adaptar às mudanças e podem aprender sobre tecnologia e mídia. Elas são chamadas de imigrantes digitais.

O terceiro grupo é daqueles que nasceram nessa cultura digital e são bons em tecnologia e mídia. Eles são os chamados filhos da era digital ou nativos digitais.  

Podemos encontrar esses grupos em nossa Congregação.


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Cultura digital e missão

Não há dúvida de que as grandes mudanças que testemunhamos hoje estão remodelando nossa vida religiosa. Às vezes, elas nos mudam ainda que sem nosso conhecimento consciente. A maneira como vivemos nossa vida religiosa, a forma como expressamos nossa fé, a forma como nos envolvemos no ministério, a forma com interagimos uns com os outros etc., tudo mudou em algumas décadas.

A lacuna entre as gerações está se ampliando. A distância entre as pessoas que são amigas da tecnologia e as que não são está ficando maior. Em nossa comunicação verbal, o vocabulário e o significado das palavras são diferentes para os jovens de hoje, em comparação com alguém que não está em sintonia com essa cultura digital.

Esses tipos de diferenças são, por vezes, evidentes em nossa vida religiosa, por exemplo, entre formadores e estudantes. Muitas vezes, os jovens são mais espertos do que seus pais e formadores, devido a sua capacidade de adaptação à nova tecnologia. É hora de pensarmos seriamente sobre essa realidade da cultura digital e como podemos ser mais eficazes em nossa vida e missão.

Segundo Papa Francisco, “o mundo digital pode ser um ambiente rico em humanidade; uma rede não de cabos, mas de pessoas. A imparcialidade da mídia é meramente uma aparência; somente aqueles que se deixam em sua comunicação podem se tornar um verdadeiro ponto de referência para os outros. Compromisso pessoal é a base da confiabilidade de um comunicador. O testemunho cristão, graças à Internet, pode atingir as periferias da existência humana” (Papa Francisco, 24 de janeiro de 2014).

Aqui o Papa Francisco espera que, com a ajuda da tecnologia e da comunicação, possamos alcançar as periferias. É responsabilidade da Igreja refletir sobre como podemos usar os meios para alcançar os mais abandonados e pobres. Nós, Redentoristas, temos uma missão específica para alcançar as periferias do mundo. No entanto, mais do que nunca, temos de pensar de outra forma no contexto de desenvolvimentos tecnológicos e novos significados de comunicação.

Pe. Biju Madathikunnel, C.Ss.R.
Centro de Comunicação de Roma, Itália

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