Me chamo João Paulo de Oliveira Teobaldo, tenho 42 anos, sou natural de Aracati no Ceará e sou noviço Redentorista. Atualmente estou fazendo meu noviciado em Piedecuesta Colômbia, no Noviciado Santo Afonso um dos três noviciados da conferência da América Latina e Caribe.
O tempo do noviciado é um dos momentos mais esperados por qualquer seminarista, é onde podemos aclarar e solidificar as verdades que nos guiaram no caminho vocacional percorrido durante o aspirantado e postulantado. É durante este tempo que temos a oportunidade de aprofundar-se na oração, no discernindo, na vida de comunidade, e lapidar nossa identificação com a congregação.
Fazer um noviciado em outro pais é sempre um desafio muito positivo neste discernimento vocacional, agrega uma riqueza cultural e espiritual imensa. Estar em contato com outra cultura nos exige uma maior abertura e desprendimento. A língua é um dos primeiros desafios, a cultura e os hábitos vêm depois. Os primeiros pratos típicos sempre nos remetem a uma boa reflexão interior – as primeiras impressões: os cheiros, as cores, os sabores - até que o confabular da mente é silenciado ao imergir-se de fato na cultura deste país. E necessário de alguma forma pensar e agir como um nativo deste país, na busca de viver e entender melhor como vivem. Tudo isto nos ajuda a compreender-se como pessoa e nos impulsiona a romper com valores e costumes que nos parecem tão próprio de nós mesmos, mas que em contato com outra cultura, nos exige abertura e flexibilidade. Isto resulta, sem dúvidas, em um crescimento pessoal singular para quem deseja ser um missionário.
A Colômbia é um país rico em cultura, produto da mescla de diferentes influências: indígenas, europeias e africana. Ao andar nas ruas testemunhamos o quanto é presente a força da fé no povo colombiano, as expressões de devoção estão em todos os lugares; estampadas nos transportes públicos, nas fachadas das casas e sobretudo no rosto do povo Santanderiano onde estamos localizados. Destaco aqui a devoção a Nossa Senhora do Carmo muito presente no cotidiano deste povo e que de alguma forma nos questiona ao ver tamanhas expressões de fé, bem como a devoção ao Senhor dos Milagres, que se diga de passagem, tem uma história belíssima iniciada no século XVI quando foi encontrado o crucifixo com a imagem por uma lavadeira de roupas no rio Guadalajara levando-o para sua casa, cresceu milagrosamente até atingir o tamanho atual.
Testemunhar, e de alguma forma interagir com essas riquezas e peculiaridades culturais, contribui significativamente para um caminho de conhecimento vocacional missionário que decidi buscar para encontrar a minha felicidade como missionário Redentorista. Estar aqui vivendo em meio a outro jeito de perceber e ver as coisas, me faz ter a certeza de que um missionário redentorista tem como sua casa o mundo. Forte na fé, alegre na esperança e sempre dado a caridade (const. 20) quero ser memória viva de Cristo neste mundo ferido, anunciando a esperança e seguindo as pegadas do redentor.
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