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Santo do Dia

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Petrus Norbertus Donders, ou Pedro Donders, nasceu em Tilburg, sul da Holanda, em 1809. Era muito doente, e seu irmão mais novo, Martinus, era deficiente. Foi batizado nos primeiros dias de vida. Desde os cinco anos desejava ser sacerdote. Sua mãe faleceu quando tinha sete anos, e assim precisou parar de estudar para ajudar o pai, simples tecelão e já idoso, na renda familiar; a partir dos 12 anos, labutava no tear, primeiramente em casa e depois numa fábrica têxtil. Rezava durante o trabalho e ia à igreja diariamente, e dava aula de catecismo para as crianças.

Sua saúde frágil não permitiu seu alistamento militar em 1831. A falta de estudo, fraca capacidade intelectual e pobreza dificultaram também suas aspirações sacerdotais. Por fim, com o auxílio do seu pároco, iniciou o seminário menor Beekvliet em Sint-Michielsgestel aos 20 anos, mais como empregado do que como noviço: trabalhava para pagar os estudos, além de receber auxílio de benfeitores. Foi aconselhado pelos seus diretores a entrar num convento, mas tanto franciscanos como jesuítas e redentoristas não o aceitaram.

Em 1839 o prefeito Apostólico do Suriname (Guiana Holandesa), bispo Grooff, proferiu no seminário maior de Haaren, onde já estava, uma palestra sobre a sua condição de missionário, mostrando as dificuldades e pedindo ajuda. Ordenado em junho de 1841, aos 31 anos, Pedro se ofereceu para a missão, e em 1 de agosto de 1842 embarca para o Suriname, chegando na capital Paramaribo aos 16 de setembro e assumindo o cargo de capelão.

Nos primeiros 14 anos de atividade, dedicou-se à formação de crianças e catequistas e às visitas pastorais das famílias e escravos nas fazendas. Sua rotina era rezar a santa Missa nas primeiras horas da madrugada e permanecer em oração, para depois sair em visita. Entre 1842 e 1855 esteve em quatro plantações ao longo do rio Suriname e do distrito de Commewijne. Era confessor rigoroso, mas repartia tudo o que possuía, comida, roupa, o parco salário; certa vez, visita uma escrava que se encontrava quase sem vestimenta, e saindo da casa, tira sua camisa, cobre-se com a batina e, por uma fresta da porta, joga a camisa para dentro. Contraindo febre amarela em 1841, ficou quatro semanas acamado.

A convite de D. Grooff, transferiu-se em 1856 para a Batávia, iniciando seu trabalho numa colônia de leprosos – cerca de 400 na época, entre adultos e crianças, homens e mulheres e diferentes tipos de lepra –, serviço que outros capelães não suportavam por mais de 12 meses. Ele ali permaneceu por quase 30 anos. Além de confortá-los com as palavras, e com a Palavra, tratava de todos para o comer, o beber, e a higiene pessoal, com zelo e misericórdia, em condições sub-humanas.

Com a chegada dos missionários redentoristas ao Suriname em 1865, para assumir a evangelização do lugar a pedido do Papa, foi dada aos quatro sacerdotes holandeses na região a opção de voltar para o seu país ou entrarem para a ordem, e Pedro escolheu ficar, junto com outro sacerdote, fazendo os votos definitivos na Congregação do Santíssimo Redentor em 1867. Neste ano, visitou nove plantações do distrito de Saramacca, e até 1882 três comunidades indígenas e outras, quilombolas. Volta a Paramaribo em 1882, continuando a visitar regularmente duas plantações a partir de Mary’s Hope no litoral, até ser novamente designado para Batavia em 1885.

Em 1886 visitou, pela última vez, os seus enfermos. Contraindo uma nefrite, infecção renal, veio a falecer em Batavia a 14 de janeiro de 1887. É considerado o Apóstolo do Suriname, dos leprosos e dos índios.

Em 1902 os redentoristas compraram o terreno correspondente à casa da família de Pedro em Tilburg, na Holanda, onde moradores locais alegam usar água milagrosa de um poço. O nome de São Pedro Donders foi escolhido para várias instituições, como escolas, fundações, associações, uma igreja e uma casa religiosa, um parque, uma paróquia, um café, revistas, etc.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

Doente de corpo, fraco de inteligência, pobre de dinheiro e recursos – a saudável, forte e rica alma de São Pedro Donders o levou a curar as feridas, deficiências e pobreza de outros, especialmente as de alma. Nenhuma dificuldade o impediu de seguir o caminho básico de inúmeros outros santos, mais capacitados humanamente: oração profunda, catequese aos de perto e aos de longe, caridade heroica. Deus não mente; por isso acreditemos quando Jesus afirma, “os últimos serão os primeiros” (cf. Mt 20,16), e busquemos a humildade de Pedro, que consistia não apenas em cuidar, por amor, mais dos irmãos do que de si mesmo, mas também na intrepidez de, sabendo de suas limitações, não as usar como desculpa para não oferecer o melhor de si para Deus. Cinco pães e dois peixes, com Cristo, saciam multidões; o que temos, que sempre é pouco diante da evangelização, devemos entregar a Deus pelas mãos de Maria, e os muitos frutos aparecerão. Os “últimos” a quem o Cristo Se refere certamente incluem a muitos que social ou profissionalmente não são reconhecidos, mas, de modo mais correto, aos humildes de coração, como Nossa Senhora, que teve a graça de ser escolhida Mãe de Deus exatamente porque Se sabia “escrava do Senhor”, isto é, reconheceu mais do que qualquer outro ser humano criado a Sua total dependência de Deus. Talvez que alguns talentos pessoais – dados gratuitamente por Deus! – nos levem usualmente a nos esquecer de que nada somos por nós mesmos, a soberba é a lepra da alma, que se não for cuidada, nos putrefaz para a vida que há de vir.

Oração:

Senhor, de Quem nos vêm todas as bençãos e capacidades, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Donders a humildade, disponibilidade e coragem de tudo enfrentar para o Vosso serviço, limpando as chagas das nossas almas na água do Batismo, a qual devemos aspergir com nossas orações e ações ao longo de toda a jornada desta vida em verdadeiro apostolado contra as doenças deste mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

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