Por Pe. Mauro Negro, OSJ Em Artigos

Imaculada: a toda Santa

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As festas devocionais são momentos para expressar nossa religiosidade espontânea. Mas é bom buscar as razões para crer. Uma Fé mais adulta, mais comprometida com algo e Alguém.

A Imaculada Conceição de Maria, celebrada a cada oito de dezembro é um caso deste tipo. É uma verdade de fé, não se pode provar cientificamente. Aliás, nenhuma verdade de fé consegue este tipo de prova. Se conseguisse, não seria fé! Seria evidência. A questão mais importante da Fé é a Ressurreição de Jesus. Ela não é para nós, de imediato, o que foi para os Apóstolos. Para eles foi uma evidência, algo que podia ser tocado, sentido, medido, vivido. Para nós é um dado comunicado, testemunhado, transmitido. Por isso nós cremos.

Na questão da imaculada conceição é semelhante: Quem viveu junto a Maria, aos parentes de Jesus e seus amigos, tinha certezas que nós precisamos descobrir através da transmissão que nos foi feita. Esta fé na Imaculada Conceição de Maria não está escrita na Escritura, pois não é um elemento essencial ao primeiro anúncio de Jesus Cristo. Mas é guardado como vivência e transmitido como experiência.

Imaculada — “ImaculadaConceição”quer afirmar que Maria foi sem pecado desde sua concepção: desde o momento em que passou a existir como gente. E não pecou durante a vida. Jesus Cristo, Filho de Deus, não poderia nascer como homem dentro de um ser com o pecado original.

Santidade —É proximidade com Deus. Ele é o Santo. Quanto mais próximo de Deus, mais santo. Maria é a que esteve mais próxima de Deus pois Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, esteve em seu útero e se alimentou de seu leite, em seus braços. Isto a torna a mais santa.

A santidade de Maria devia ser total, sem o pecado. O pecado original é o desejo de estar no lugar de Deus. Maria não poderia ter este desejo, pois então Deus não poderia agir plenamente nela. Alguém poderia dizer que, desta forma a vida de Maria foi fácil, tranquila, pois ela não tinha pecado nem tinha defeitos morais. Recordemos que, embora sem pecado original ela não estava livre de tentações. E embora sem pecado ela não tinha a visão direta de Deus. Isto é, ela também precisava crer, pois ainda não via a Verdade na sua totalidade. A Imaculada Conceição de Maria valoriza o próprio Deus que desejou que uma mulher fosse toda santa. Valoriza também a generosidade, decisão, firmeza de vontade da mulher que aceitou esta situação e permitiu que o Mistério acontecesse nela.

Ela é “toda” santa no sentido que todo o seu ser humano é santo, desde sua concepção (conceição) e “toda” santa no sentido de que tudo o que ela fez, pensou e viveu é santo.

É este o sentido quando dizemos “Ave-Maria, cheia de graça!” É bom dizê-lo sempre e com confiança, pois aquela que recebe hoje nossa saudação viveu como santa, em um mundo corrompido pelo pecado. Nós, santificados pelo Mistério Pascal de Cristo devemos hoje viver nossa vocação: testemunhar a santidade.

 

Pe. Mauro Negro, OSJ
Associado da Academia Marial
Biblista - PUC São Paulo SP
mauronegro@uol.com.br

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