Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 29 OUT 2020 - 17H03

Maria ajuda-nos a viver as bem-aventuranças do Evangelho

No mais remoto uso popular, a palavra bem-aventurança já se referia ao bem-estar material vivido por alguém na somatória de fatores benéficos: a saúde, a riqueza, o prestígio social, a fama.

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A Bíblia enfatiza as situações felizes de uma pessoa que ama a Deus, faz o bem, busca a justiça. A Aliança Mosaica, guardada e vivida individual e comunitariamente, prometia ser a fonte de bem-aventuranças interiores e exteriores. Era só obedecer a Deus, observar a sua Lei e andar em seus caminhos. No Novo Testamento, feliz ou bem-aventurado será o discípulo fiel de Jesus.

Ao deixar-se modelar pelos critérios e valores chamados “bem-aventuranças” (Mt 5, 1-12), o discípulo (a) enraíza-se no amor a Deus e vai construindo, no seu íntimo e nas relações sociais, o seu Reino até chegar à beatitude eterna. Supõe, portanto, um seguimento absoluto de Jesus.

Ele não só definiu, proclamou e denominou as atitudes fundamentais, as “bem-aventuranças”, como a essência do Evangelho. Ofereceu nelas o único programa de vida válido para se ajustar a vida ao Reino ou à soberania de Deus. E anunciou-se como modelo de sua vivência integral coroada com o novo mandamento: ”amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Enfim, as bem-aventuranças constituem “carta magna” do reino messiânico trazido por Jesus.

Maria viveu integralmente a espiritualidade da Antiga Aliança, mas na “plenitude dos tempos” (Gl 4,4) ela foi a passagem para a Nova Aliança, por sua condição de “serva do Senhor” e mãe do Verbo. Deixou Deus agir totalmente em seu viver.

A Tradição cristã interpreta o consentimento de Maria como dado em nome da humanidade que busca ser feliz nos “novos céus e nova terra” (Is 65,17); redimida e vocacionada para ser a Jerusalém do alto: sem morte, luto e dores (Ap 21). Por isso, no Evangelho de Lucas, a Virgem Maria é louvada, bendita e anunciada como a primeira bem-aventurada do tempo do Messias. Isabel, quando a recebeu de braços abertos, extravasou a alegria que o Espírito Santo lhe inspirava: “Mulher bendita entre todas és tu, ó Maria; e bendito é o fruto do teu ventre! Bem-aventurada aquela que acreditou que se cumpriria o que lhe foi dito da parte do Senhor” (Lc 1,42-45). É o hino do Magnificat, com o qual Lucas retrata o agradecimento humilde de Maria, na certeza de possuir Deus no mais íntimo do ser, já é um prelúdio daquelas atitudes propostas por Jesus como caminhos de bem-aventuranças no Sermão da Montanha.

Um dia, quando Jesus falava ao povo, outra mulher – essa, anônima -, emocionada como Isabel, proferiu elogios à mãe dele em alta voz: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram!” (Lc 11,27)

Pela simplicidade do seu viver na terra a missão do Filho, Nossa Senhora será para todo o sempre a mulher de fé, nossa inspiradora na peregrinação e nosso auxílio na perseverança até a posse da bem-aventurança eterna.

Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, CSsR
Diretor da Academia Marial de Aparecida

Fonte: Jornal Santuário de Aparecida

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