
Em primeiro lugar nos perguntamos: Como Maria construiu a sua Assunção aos céus durante a sua vida histórica, isto é, quando carregava o corpo que todos e todas nós temos com suas limitações e potencialidades, corpo no qual vivemos, nos movemos e nos construímos para a vida eterna, quando Deus nos carrega em seus braços para viver na Comunidade d`Ele, do Filho e do Espírito Santo?
Diante de tal pergunta teríamos várias respostas que um tratado teológico da vida inteira não conseguiria esgotar. Antes de ser assunta ao céu, Maria foi concebida no ventre de sua mãe, pois, Deus, em seu Projeto de amor, já pensava e a amava. Foi concebida como cada pessoa deste mundo é concebida. Nasceu, teve os cuidados de sua mãe como nós tivemos, mamou do peito de sua mãe, aprendeu a falar na família. Quando cresceu foi educada no Templo com os mestres daquela cultura, como era costume, cresceu, namorou José e com ele foi prometida em casamento, como era a cultura daquele tempo; e aconteceu que, antes de viverem juntos, Maria concebeu do Espírito Santo, momento em que questionou este concebimento, mas em seguida, vendo neste acontecimento a vontade do Pai em quem acreditava, aceitou ser a Mãe do Filho de Deus e pronunciou seu SIM com toda a convicção de mulher adulta na fé.
Por isso tudo e por mais do que tudo isso que dissemos, Maria não é uma exceção: Ela construiu sua Assunção em corpo e alma aqui na terra e completou este Projeto do Pai, quando passou desta terra para a vida plena da eternidade com todas as santas e santos do céu. É nisso que Maria se torna regra de vida para o seguimento de seu Filho Jesus e exemplaridade na construção de uma nova família e de uma nova humanidade.
Irmã Lina Boff, teóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Leia mais sobre Maria e estudos mariológicos no site da Academia Marial do Santuário Nacional.
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