Santa Teresa de Calcutá

Dando continuidade ao meu ensaio publicado em 3 artigos sobre a vida e obras de Madre Teresa de Calcutá em comemoração ao centenário da religiosa, já beatificada por João Paulo II em 19 de Outubro de 2003 é imprescindível citar fatos como o dos jornalistas que a entrevistavam pela primeira vez. Eram recebidos por ela na chamada Casa dos Moribundos. O seu primeiro instituto a (Nirmal Hriday). Essa casa foi fundada na área do templo dedicado à deusa Kali em Calcutá. É ainda o lugar sagrado no qual tanto os seus amigos quanto os seus inimigos sentem um temor reverencial. Para a Casa de Moribundos foram levados até hoje cerca de 50 mil pessoas entre homens, mulheres e crianças recolhidos pelas ruas. Os que se salvaram da morte muitas vezes pela desnutrição (famélicos) foram ajudados pelas religiosas a encontrar um trabalho ou enviados para lugares nos quais pudessem viver com alegria e dignidade humana. Muitas das crianças abrigadas em sua Casa para Crianças (Shishu Bavan) e outros orfanatos tornaram-se mais tarde cidadãos ativos e algumas dedicaram-se inclusive a missão de Madre Teresa.

Pessoalmente o que me seduz em sua figura foi o de não usar para si o prêmio valioso monetariamente do Nobel da Paz. Seduz-me esse desprendimento vindo somente de santos e heróis. Sim, porque há um profundo abismo entre aquele que rechaça um prêmio querendo mostrar-se acima de todas as coisas e aquele que o recebe e utiliza para mitigar as necessidades dos desvalidos,dos excluídos, dos famintos, dos enfermos, dos órfãos, dos miseráveis. A título de exemplificação: O gênio matemático russo Ghrisha Perelman recusou o prêmio de um milhão de dólares outorgado pela comunidade científica por desprezá-la. Porque não o aceitou em prol da humanidade castigada pela miserabilidade?

Sua negativa foi apenas para satisfazer um desejo de represália. A prepotência de um gênio no intelecto, mas asno de coração. Essa a diferença entre a inteligência e a sabedoria. A primeira se traduz em inventos e ideias prodigiosas. A segunda lê atentamente a cartilha gratificante da generosidade constante no coração. Saber conciliar a inteligência e sabedoria isso é reduto dos santos e heróis. Porque assim seus nomes ultrapassam as fronteiras do tempo para adentrarem na imortalidade.

:: O legado de bondade de Madre Teresa de Calcutá
:: Madre Teresa – Missionária
:: A Força da Missão

IRMÃS DE MADRE TERESA EM MANAUS

As irmãs da congregação religiosa Missionárias da Caridade Madre Teresa de Calcutá tem sua sede em nossa capital no Bairro do Coroado II. Encontrei as e fiz uma pequena entrevista com sua superiora, Irmã Cáritas.

1) Desde quando a irmandade está em Manaus e qual o raio de ação no sentido de obras caritativas?

1. Estamos aqui desde 2007 (8 de Setembro), somos em número de quatro irmãs. Temos 13 casas funcionando no Brasil, uma delas em Barrerinha. Em todas o número de irmãs são de quatro em cada uma. Nosso raio de ação é "servir o mais pobre dos pobres", filosofia e carisma de nossa fundadora.

2) Qual o carisma predominante? E os trabalhos?

1. Saciar a sede de Jesus na Cruz por amor às almas. Quanto aos serviços são o de visitação às famílias carentes, atendimento em creches, hospitais (Cecon), amparar as crianças de rua, encaminhar os viciados em drogas para casas especializadas e o atendimento catequético e evangélico nas comunidades, principalmente no nosso bairro do Coroado.

3) E sobre o centenário de Madre Teresa, o que tem a dizer?

1. Madre Teresa demonstrou em vida que a melhor forma de demonstrar o amor de Deus é satisfazer as necessidades dos outros. Não oferecem solução mágica para problemas e injustiças, mas mostrou o que se pode fazer para mudar a vida de uma pessoa, uma de cada vez.

O fato é que a história de Madre Teresa de Calcutá é feita heroísmo. Sua história rescende a valente generosidade que minora o mal. Sua história vale a pena ser contada porque graças a ela, o mundo, o vasto mundo, apesar de tudo, pode ser habitável.

"Se foi por este homem que esta mulher
fez tudo isso, a Cruz fica onde está".

HISTÓRIAS VERÍDICAS SOBRE A SANTA

1º - História: Gandhi fala sobre o significado do crucifixo. “Um símbolo universal que fala de fraternidade e paz a todos os homens de boa vontade”.

No dia das exéquias de Madre Teresa de Calcutá a cruz estava presente no altar como de praxe na liturgia. Veio então o ministro de cultos hindu e o mandou retirar "porque as exéquias eram do Estado e assim estariam desrespeitando outras religiões". No entanto o primeiro-ministro da Índia fechou a questão: "Se foi por este homem que esta mulher fez tudo isso, a Cruz fica onde está". Venceu o crucifixo.

Se tivéssemos o olhar como o da Santa Madre Tereza de Calcutá... Olhar para o ser humano mais frágil. O injustiçado. O Excluído. O aniquilado. Como aquele da Cruz. Não teríamos que leiloar as túnicas inconsúteis (integral, sem costuras) da dignidade humana, jogando-a, à sorte em dados como os soldados romanos aos pés da cruz...

2º - História. Madre Teresa, e sua figura pequena e frágil certo dia atravessou um campo de batalha em forte fogo cruzado durante a guerra do Líbano com a decidida intenção de resgatar 200 crianças deficientes da escola que ficava na cabeceira do campo de guerra.

Quando os da contenda, viram ela atravessar sozinha, reconheceram-na e pararam o fogo de armas pesadas (granadas, metralhadoras e etc.). Deixaram-na resgatar as crianças da escola voltando pelo mesmo caminho ainda em paz. Depois que Madre Tereza com as crianças se foram, continuaram sua guerra. Mas a pacificidade daquela mulher... Seu testemunho de vida era de conhecimento público.

À ela a vitória. Aqui e nos altares da Igreja Católica no dia 4 de Outubro de 2016, quando passar-se-á a ser chamada de Santa Madre Tereza de Calcutá. Canonizada pelo Papa Francisco na praça de S. Pedro.

*Carmen Novoa Silva e membro da Academia Amazonense de letras e da Academia Marial de Aparecida

e-mail: novoasilva@yahoo.com.br