Leão: um nome papal com legado milenar

Nesta quinta-feira (08), às 13h07, a Igreja elegeu o novo Sumo Pontífice. Quando a chaminé, instalada na Capela Sistina, soltou a fumaça branca, anunciando que um dos purpurados havia sido escolhido, a Praça de São Pedro e o mundo, através dos meios de comunicação, aguardaram ansiosos pelo anúncio do novo Papa.

Ao ser anunciado pelo cardeal protodiácono Dom Dominique Mamberti, todos ouviram o nome de Dom Robert Francis Prevost ser aclamado como o novo Chefe da Igreja Católica. Sob o nome de Leão XIV, o Pontífice defendeu a Doutrina Social da Igreja, a manutenção da Igreja Sinodal, idealizada por Papa Francisco, e a paz desarmada em todo o mundo.

O nome escolhido pelo cardeal Prevost guarda muito significado, que em seu próprio discurso ele fez questão de defender. Suas inspirações foram papas de muita ação prática e concreta em defesa da paz e dos mais necessitados.

Dois destaques impactantes do legado do nome Leão, são o primeiro e o último de seu nome, Papa Leão I e Papa Leão XIII, respectivamente.

Para entender o que pensa e imaginar como será o papado de Leão XIV, conheça algumas características marcantes de seus antecessores:

São Leão Magno (Papa Leão I)

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Papa Leão I

Líder da Igreja de 440 a 461, Leão I, foi grande defensor da doutrina dogmática católica e agiu pessoalmente em ações pela paz. Graças a seus estudos e documentos publicados, conquistou o título de Doutor da Igreja.

• Conhecido por sua liderança espiritual;

• Defesa da doutrina, tendo papel essencial no Concílio da Calcedônia;

• Ações diplomáticas decisivas - como o encontro com Átila, o Huno;

• Reconhecido como Doutor da Igreja.

Papa Leão XIII

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Papa Leão XIII

“Eles saberão, enfim, que todos os bens da natureza, todos os tesouros da graça, pertencem em comum e indistintamente a todo o género humano e que só os indignos é que são deserdados dos bens celestes: «Se vós sois filhos, sois também herdeiros, herdeiros de Deus, co-herdeiros de Jesus Cristo»”, é assim que o Papa Leão XIII se posiciona sobre as desigualdades do mundo, em sua encíclica Rerum Novarum.

Na mesma encíclica, Leão XIII continua a dizer que “a Igreja não se contenta com indicar o caminho que leva à salvação; ela conduz a esta e com a sua própria mão aplica ao mal o conveniente remédio. Ela dedica-se toda a instruir e a educar os homens segundo os seus princípios e a sua doutrina, cujas águas vivificantes ela tem o cuidado de espalhar, tão longe e tão largamente quanto lhe é possível, pelo ministério dos Bispos e do Clero”.

Papa Leão XIII foi grande incentivador e idealizador das iniciativas de cunho social da Igreja Católica, assim como, agiu em prol da abertura da Igreja aos povos e a modernidade. Sua devoção ao Rosário e ações diplomáticas também foram pontos marcantes de seu pontificado.

Tendo liderado a Igreja do fim do século XIX e início do século XX, Leão XIII ficou no papado por mais de 25 anos. Além disso, incentivou o estudo das ciências e a abertura ao pensamento filosófico moderno, especialmente com a valorização de São Tomás de Aquino.

• Publicou a famosa encíclica Rerum Novarum (1891), que abordou a questão operária, os direitos dos trabalhadores e a justiça social. Este documento é considerado o marco inicial da Doutrina Social da Igreja;

• Responsável pela fundação institucional e teórica da Doutrina Social da Igreja.

• A Igreja passou a se posicionar de forma sistematizada sobre os problemas sociais e econômicos, criando um corpus moral e teológico para interpretar e intervir sobre as realidades temporais;

• Procurou aproximar a Igreja das questões contemporâneas, incentivando o estudo das ciências e a abertura ao pensamento filosófico moderno, especialmente com a valorização de São Tomás de Aquino;

• Propôs um novo modelo de atuação da Igreja na sociedade moderna, focado em questões sociais e econômicas dos mais pobres;

• Incentivou o estudo da filosofia tomista, promovendo a restauração do pensamento de São Tomás de Aquino como base para a teologia católica;

• Reformou o ensino nos seminários e universidades católicas;

• Trabalhou para restaurar e fortalecer as relações diplomáticas da Santa Sé com vários países, após as tensões do século XIX;

• Leão XIII também ficou conhecido como o "Papa do Rosário" por ter escrito doze encíclicas sobre o tema entre 1883 e 1898. Essas encíclicas, como Supremi Apostolatus Officio (1883) e Laetitiae Sanctae (1893), destacam a importância do Rosário como instrumento de fortalecimento da fé e meio de contemplação dos mistérios da vida de Cristo. Ele incentivou a prática do Rosário como resposta espiritual aos desafios de sua época.

Que o pontificado do Papa Leão XIII seja longevo, assim como o de seus antecessores. Guiado pelo Espírito Santo em sua missão apostólica, rezamos por suas ações em prol da sinodalidade e da Doutrina Social da Igreja, amparado pelo Santo Rosário.