Brasil

Franciscano convenceu Dom Pedro I a ficar no Brasil

Para tomar essa decisão, o ainda príncipe ouviu orientações do Frei Francisco Sampaio, que escreveu o manifesto do “Dia do Fico” em 9 de janeiro de 1822

Escrito por Alberto Andrade

09 JAN 2023 - 15H01 (Atualizada em 09 JAN 2024 - 12H07)

Wikipedia

Há exatos 202 anos, o então príncipe Pedro I disse, do Paço Imperial no Rio de Janeiro (RJ), a frase que entrou para a história do Brasil: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”.

Leia MaisHá 200 anos, Dom Pedro I pediu as bênçãos da Mãe Aparecida"Independência ou Morte": Por que Dom Pedro decidiu ficar no Brasil?1822 foi um ano importante para nosso território, principalmente pelas atitudes de Dom Pedro I e um Frei foi decisivo para que houvesse o conhecido “Dia do Fico”, quando o príncipe regente decidiu permanecer no país.

Um dos períodos mais agitados deste pedaço importante de nossa história foi entre dezembro de 1821 a janeiro de 1822.

O príncipe se recusou a cumprir a exigência das cortes de Lisboa que determinavam seu retorno a Portugal, o que anularia quase todas as leis que haviam igualado, nos anos anteriores, o Brasil a Portugal e equivalendo, portanto, a uma redução ao status colonial.

Frei Francisco Sampaio, à época formado em Direito Público e Ciências Políticas, fazia parte de um grupo que era a favor da independência do país, visto que após a saída de Dom João VI para Portugal, a Corte tinha o desejo de reduzir o Brasil novamente a colônia.

“Ele fez toda essa argumentação com que Dom Pedro ficasse no Brasil e se tornasse independente do país. Essa influência de Frei Sampaio no campo político, se dá uma vez que este frade, considerado na sua época o homem mais intelectual da cidade do Rio de Janeiro e a sua intelectualidade, o seu conhecimento, é fruto dessa relação que ele tem com os franciscanos, disse o Frei Róger Brunório, museólogo e coordenador do Departamento dos Bens Culturais da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Getty Images/iStockphoto
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O grupo se reunia no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, mais precisamente na cela do Frei Sampaio, de 1821 a 1822, onde decisões importantes sobre o rompimento com o Reino de Portugal eram tomadas. O próprio Dom Pedro sempre estava reunido com este grupo e se aproximou de Frei Sampaio, até que os dois se tornaram amigos e confidentes.

O futuro imperador estava em dúvida em qual decisão a tomar após a exigência da Corte portuguesa. Assim, os articuladores da independência resolveram apresentar um manifesto ao príncipe, recolhendo o maior número possível de assinaturas no dia 9 de janeiro de 1822, como apoio popular à sua permanência.

“O Frei Sampaio é o homem que redigiu o manifesto do Dia do Fico, que seja talvez o início efetivo da Independência do Brasil”, disse o jornalista Laurentino Gomes.

Disputam os historiadores sobre qual dos dois manifestos convenceu Dom Pedro a ficar: se o de Frei Sampaio ou o dos paulistas redigido por José Bonifácio. Pois também os paulistas, sabedores do desejo do príncipe, haviam preparado seu documento, redigido pelo Patriarca da Independência.

Mas com certeza a atitude deste franciscano em abrigar o grupo dos conspiradores em seu quarto no convento, ser o mentor intelectual do grupo, redigir o texto do manifesto a ser divulgado entre o povo e depois apresentado ao príncipe.

A seguir você assiste ao trecho do documentário do portal A12 “A Igreja nos 200 anos de Independência” sobre este importante momento em nossa história.


Frei Sampaio contribuiu para que Dom Pedro ficasse no país


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