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Dúvidas Religiosas

Por que homens casados podem se tornar diáconos permanentes?

Seguindo a requisitos pessoais, eclesiais, familiares e comunitários, é possível atender ao chamado de Deus para o diaconato

Escrito por Alberto Andrade - Editado por Beatriz Nery

09 AGO 2023 - 16H23 (Atualizada em 24 SET 2025 - 10H37)

Julian/Adobe Stock

O diaconato permanente é um ministério que já esteve presente nos primórdios da Igreja. Sete homens “de boa reputação, repletos do Espírito de sabedoria” (At 6,1-6), foram escolhidos para serem os primeiros diáconos.

Diferente do diácono transitório, que permanece por um tempo específico até completar sua formação e ser ordenado sacerdote, a vocação para celibatários e também homens casados servirem ao altar do Senhor veio durante o Concílio Vaticano II nos anos 1960, e depois confirmadas pelo Código de Direito Canônico em 1983, quando a Igreja tomou a decisão de restaurar o diaconato permanente (o bispo pode determinar ou não que tenham diáconos em seu território).

Ou seja, o diácono é membro do clero, ligado diretamente ao bispo Diocesano, sendo um parceiro do sacerdote, parecido até mesmo em suas vestes quando está servindo em sua comunidade. Diferente do padre, a estola do diácono é na diagonal, porque enquanto o sacerdote faz a ligação do povo com Deus (ligação vertical), o diácono (cujo significado é servo) presta serviços à comunidade, ou seja, seu trabalho é na horizontal.

Arquidiocese de Juiz de Fora
Arquidiocese de Juiz de Fora

De acordo com a Cúria Romana, solteiros a partir de 25 anos podem ser diáconos, mas precisam aderir ao celibato (uma opção livre de viver com o coração indiviso, é um ato de total entrega de si a Deus e ao seu Reino). E sim! Homens casados, a partir dos 35 anos de idade, também podem ser diáconos permanentes, e segundo o documento “Diretrizes para o Diaconato Permanente da Igreja no Brasil — Formação, Vida e Ministério”, estes precisam cumprir quatro requisitos: pessoais, eclesiais, familiares e comunitários.

Entre os muitos requisitos, está a maturidade na fé, estabilidade financeira e principalmente a aceitação, consentimento e colaboração efetiva da esposa e dos filhos, estar casado há pelo menos cinco anos e também a consciência de que será diácono da Igreja e não apenas de um grupo ou comunidade determinada. Se, por acaso, ele se tornar viúvo, o diácono não pode se casar novamente. Caso o bispo entenda, o diácono nesta condição pode completar os estudos no seminário e ser ordenado Padre.

Diocese de Cleveland
Diocese de Cleveland


Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. O sacramento da Ordem marca-os com um selo ('caráter') que ninguém pode fazer desaparecer e que os configura com Cristo, que se fez 'diácono', isto é, o servo de todos. Entre outros serviços, pertence aos diáconos assistir o bispo e os sacerdotes na celebração dos divinos mistérios, sobretudo da Eucaristia, distribuí-la, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir aos funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade, e também o Ministro do Batismo.”
(Catecismo da Igreja Católica, 1570)

Padre Carlinhos Melo, da Arquidiocese de Aparecida, falou ao A12 da importância dos homens casados em responderem ao chamado de Deus e ajudarem nessa importante função.

“Na prática, os casados com certo tempo de vida e a partir do consentimento da família, mais o conhecimento da teologia, podem ajudar na Igreja vivendo um duplo sacramento. Eles ajudam a Igreja com a experiência que já têm nas suas famílias.

Eles trazem para dentro da Igreja as verdadeiras realidades e desafios da vida familiar e matrimonial de forma prática. O diácono permanente vive realidades de outras famílias, acompanhando as pessoas e lidam com situações matrimoniais que ainda não passaram, o que só vem acrescentar na própria formação pessoal em suas casas, disse.

:: Como acontece a Ordenação Diaconal?

No dia 10 de agosto, Festa de São Lourenço, comemoramos o Dia do Diácono, parte integrante do Sacramento da Ordem, que auxilia padres e bispos no serviço eclesial, assim como diz a Constituição Dogmática Lumen Gentium. 

“A graça sacramental lhes concede a força necessária para servirem ao povo de Deus na ‘diaconia’ da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seu presbitério”.

Na continuação do grande Ano Jubilar em nossa Igreja, diáconos permanentes de todo mundo e suas famílias estiveram presentes entre os dias 21 e 23 de fevereiro para celebrarem o seu Jubileu. De acordo com o site do Vatican News, nas celebrações do evento estiveram presentes mais de seis mil peregrinos, dentre eles 230 diáconos brasileiros.

Na programação, houve momentos de oração e de catequese, dirigidos por bispos nas Igrejas Jubilares de Roma, como também a peregrinação à porta santa, na Basílica de São Pedro e nas outras basílicas papais. 

Como peregrinos da esperança, os religiosos em todo o mundo renovaram a vocação diaconal, marcada pelo serviço e pela caridade, e para toda a Igreja reafirmaram sua missão de ser sinal desta esperança no mundo.

Dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização na época, considerou três elementos à vocação dos diáconos: o perdão, o serviço desinteressado e a comunhão. 

“Assim, a vossa missão, que vos retira da sociedade para nela vos fazer reentrar, tornando-a cada vez mais um lugar acolhedor e aberto a todos, é uma das mais belas expressões de uma Igreja sinodal e 'em saída'”, afirmou em sua homilia.

:: Missa reúne pai diácono e filho padre na Diocese de Santos

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