Dúvidas Religiosas

Por que rezamos a Oração Eucarística na Santa Missa?

Saiba mais da preparação para a Comunhão, permitindo que os fiéis se tornem um só corpo com Jesus Cristo

Escrito por Alberto Andrade

14 NOV 2023 - 09H43 (Atualizada em 14 NOV 2023 - 11H31)

Thiago Leon

“Enquanto comiam, ele tomou um pão, abençoou, partiu e distribuiu-lhes dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Depois, tomou um cálice e, dando graças, deu-lhes, e todos dele beberam” (Mc 14, 2-23).

No rito romano, o que celebramos aqui no Brasil durante a Santa Missa, após a Liturgia da Palavra temos a Liturgia Eucarística, parte central da Celebração, quando recordamos a última ceia, quando Cristo instituiu a Eucaristia. Os gestos de Cristo, que você acabou de ler nesta passagem do Evangelho de São Marcos, são representados nesta importante parte da Missa:

  • "Ele tomou o pão": a preparação das oferendas
  • "deu graças": a Oração Eucarística
  • "partiu o pão": a fração do Corpo de Cristo
  • "e deu-lhes": o Rito da Comunhão

Neste texto, vamos explicar sobre a Oração Eucarística, recitada pelo presidente da celebração no momento da consagração do pão e do vinho.

Ela se encontra entre o ofertório e a oração do Pai Nosso. Através dessas palavras, o padre invoca o Espírito Santo para permitir a transubstanciação, ou seja, a transformação do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Por esse motivo, nós católicos acreditamos na presença real de Jesus na hóstia consagrada e praticamos a adoração eucarística.

Thiago Leon
Thiago Leon


Atualmente no Missal Romano, temos 14 versões diferentes para as Orações Eucarísticas, sendo as mais utilizadas, a primeira versão, também conhecida como Cânon Romano (usada em Solenidades como o Natal e o Domingo de Páscoa), a segunda versão, mais curta, aplicada nas Missas durante a semana e a Oração Eucarística III, recomendada para os domingos e festas. Mas todas tem a mesma estrutura:

  • Ação de graças: O sacerdote, em nome do povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação. E sempre é realizada esta oração de louvor: “O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós. Corações ao alto. O nosso coração está em Deus. Demos graças ao Senhor, nosso Deus. É nosso dever e nossa salvação”.
  • Santo: aclamação (falada ou cantada) pela qual toda a assembleia, unindo-se aos anjos, louva a Deus.
  • Epíclese: parte onde o celebrante, em nome da Igreja, ora ao Santo Espírito para que os dons oferecidos pelo ser humano sejam consagrados e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão recebê-la em comunhão.
  • Consagração: pelas palavras e ações de Cristo, é realizado o sacrifício que Ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinho, e entregá-los aos apóstolos como comida e bebida.
  • Anamnese e oblação : a Igreja faz a memória de Jesus, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus. Realizando esta memória, a Igreja oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada.
  • Intercessões: pelas quais se expressa que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e defuntos (quando respondemos "Lembrai-vos, ó Pai dos vossos filhos"), que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo (quando na Oração Eucarística IV respondemos "Concedei-nos o convívio dos eleitos").
  • Doxologia final: A frase "Por Cristo, com Cristo, em Cristo..." é rezada somente pelo sacerdote e confirmada pela assembleia com um solene "Amém".

Após a Oração, o Rito de Comunhão nos introduz de forma definitiva na dimensão do sacrifício de Cristo representado por seu Corpo e Sangue, ou seja, a comunidade é apresentada à refeição sagrada, o encontro sacramental com o Santíssimo Redentor.

Toda Oração Eucarística nos mostra o memorial do Senhor envolto em louvor e proclamação. Assim, desde o Prefácio até a doxologia final confessamos a grandeza e a proximidade de Deus, e na confissão humilde de nossa fragilidade, aprendemos a dar prioridade às iniciativas de Deus, e não às nossas próprias forças.


Padre Ferdinando Mancílio nos ensina sobre a riqueza da liturgia eucarística


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