A Quaresma é um período vivido por diversas tradições cristãs, mas seu cumprimento varia entre católicos, ortodoxos e protestantes.
Embora o objetivo seja a preparação para a Páscoa, cada grupo vivencia essa fase de maneira distinta, com diferenças nos ritos, jejuns e significado.
Os católicos seguem a Quaresma com jejum e abstinência de carne, especialmente às sextas-feiras. Além disso, a Igreja incentiva a oração e a caridade e uma busca mais profunda de mudança de vida.
A cor litúrgica roxa utilizada nesse tempo simboliza penitência e preparação espiritual. No Brasil, esse período se destaca por iniciativa da CNBB a Campanha da Fraternidade, que há mais de 60 anos convida os fiéis à reflexão e à ação social.

Como os ortodoxos vivem a Quaresma?
Na tradição ortodoxa, a Quaresma possui um caráter ainda mais rigoroso, chamada por eles de Grande Quaresma. O período de preparação começa antes mesmo dos 40 dias oficiais, com um pré-jejum gradativo. Alguns dias recebem até apelidos específicos, como o 'domingo sem laticínios'.
Durante a Quaresma, os fiéis ortodoxos evitam carne, laticínios e, em alguns casos, até peixe, além de praticarem jejuns mais severos ao longo do dia.
O impacto litúrgico também é profundo. As celebrações ganham um tom mais austero, com cânticos polifônicos e missas longas, que podem durar até quatro horas.

A Quaresma não é observada por todas as vertentes protestantes. Anglicanos e luteranos adotam algumas práticas, como a imposição de cinzas e momentos de oração e reflexão. No entanto, a maioria dos evangélicos — especialmente pentecostais e neopentecostais — não segue essa tradição.
Para essas comunidades, a ênfase está na celebração da Páscoa como a festa maior. Durante esse período, muitas igrejas realizam ensaios de peças teatrais, apresentações musicais e estudos bíblicos especiais. O pastor Leonardo Felix, em entrevista para o site Aventuras na História, explica que “nada impede um cristão protestante de fazer jejuns e renúncias nesse período, mas isso deve ser uma prática contínua e não restrita a uma data específica”.
Sobre a visão evangélica do jejum, a doutora em Antropologia Social, Docente no Mestrado em Ciência das Religiões da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Portugal, Lidice Meyer, na mesma entrevista, destaca que, para essas comunidades, a prática só tem valor quando acompanhada de oração e contrição. “Eles acreditam que o jejum não pode ser apenas uma tradição, mas um ato espiritual verdadeiro”, explica.
“Trata-se de uma distinção muito importante e essencial: os evangélicos, ou melhor dizendo, os protestantes, não vivem a Quaresma nem a Semana Santa com a mesma identidade que nós, católicos e ortodoxos. Isso porque, para eles, as cerimônias são uma memória, uma recordação. Para nós, são sacramentos e celebrações sacramentais que atualizam o mistério pascal de Jesus. Celebramos como se o próprio Cristo estivesse entre nós, tornando presente sua vida, paixão, morte e ressurreição. Já os protestantes fazem apenas a comemoração dos gestos de Jesus”, explica o missionário redentorista, Pe. Rubens Gomes.

Diferentes tradições, um mesmo objetivo
Embora cada tradição cristã observe a Quaresma de forma distinta, todas compartilham um mesmo propósito: preparar-se espiritualmente para a celebração da Páscoa.
Seja por meio de jejuns rigorosos, orações ou reflexões, a essência desse período continua sendo a busca por uma vivência mais profunda da fé e do sacrifício de Cristo.

Celebramos a Páscoa juntos?
Uma curiosidade é que raramente a Festa de Páscoa ortodoxa coincide com as demais confissões cristãs. As Igrejas seguem calendários distintos: a ortodoxa se orienta pelo calendário juliano, introduzido pelo imperador romano Júlio César. Já católicos e protestantes seguem o gregoriano, atualmente adotado em todo o mundo.
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Coincidentemente, em 2025, no dia 20 de abril será celebrada a Páscoa para ambos os calendários. O pensamento de unificar a Páscoa entre os cristãos é algo que já foi abordado pelo Papa Francisco:
“Estou disposto a aceitar qualquer data que for escolhida, desde que todos nós possamos celebrar juntos”, afirmou.
Fonte: Aventuras em História/DW/Mundo Cristão/A12
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