PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA
HISTÓRIA MEDIEVAL 05
Passado o primeiro susto provocado pelas invasões dos Povos Germânicos e pela queda do Império Romano, a Igreja percebeu que sua missão precisava continuar. Os pastores da Igreja começaram a se perguntar: nossa missão não é a acolher os novos povos em nossas igrejas? Então não podemos nos entregar ao medo e ao desânimo, pois a missão precisava continuar.
A partir daí a Igreja começou um grande trabalho, levando a todos os povos uma primeira evangelização e contato com as verdades do evangelho. Mas não foi nada fácil integrar esses "bárbaros" desorganizados, supersticiosos e violentos aos quadros católicos. Grandes missionários lançaram-se então à tarefa de evangelizar provocando um esforço que hoje é chamado de “inculturação”.
• No ano 500, o rei franco Clodoveu recebeu o batismo e com ele todo o seu povo.
• Em 587, o rei visigodo Recaredo foi batizado, levando consigo a Espanha quase que por completo.
• A mais forte obra missionária, porém, viria da Irlanda católica, onde tinha missionado São Patrício (+461). Ele estabeleceu um tipo de Igreja onde o centro não era a catedral, mas o mosteiro. Os missionários irlandeses, quase todos monges, tendo à frente São Columbano (+615), saíram da ilha, partindo para o continente europeu evangelizando, organizando e formando as igrejas nas Gálias, Suíça, Alsácia e em outras regiões até alcançar o norte da Itália.
Os anglo-saxões, na Inglaterra, por sua vez, também queriam receber a fé cristã. Seu grande missionário foi Santo Agostinho de Cantuária, enviado pelo papa Gregório em 596, juntamente com mais 40 monges. Na solenidade de Pentecostes do ano 597, o rei Etelberto e a rainha Berta receberam o batismo. No Natal seguinte, mais 10 mil súditos também foram batizados. Com isso, a fé cristã estava reimplantada na Grã-Bretanha.
Atuação de grandes missionários
Os povos germânicos, nos séculos IX e X, continuavam a ser o terror da Europa. Vários deles, porém, foram evangelizados pelo maior missionário do continente europeu, Wynfrith (Vinfrido), mais conhecido como São Bonifácio (+ 754 aprox.). Ele converteu a maior parte da Alemanha, implantando dioceses e mosteiros, criando estruturas de Igreja e sempre conservando estreita ligação com Roma. Por esse grande esforço recebeu o cognome de “Apóstolo da Alemanha”.
Leia MaisPrimeira evangelização dos Povos GermânicosPor sua vez, os países escandinavos do norte da Europa onde hoje temos a Noruega, Dinamarca, Suécia e outros receberam a fé cristã entre os séculos IX e XII. Ali aturam grandes missionários como Santo Oscar (+865), apóstolo da Dinamarca, e o rei Santo Olavo (+1030), na Noruega. A partir do ano 780, outras partes da Alemanha foram convertidas à força por Carlos Magno. Após a conquista militar, era proposta a opção entre o batismo ou a morte.
Em relação ao território do antigo Império Romano, podemos dizer que o retorno à fé católica estava praticamente concluído em meados do século VII, com o retorno das Gálias, Espanha, Itália e Inglaterra ao mundo católico. Mas a dimensão nem sempre correspondia à intensidade, pois muitas pessoas desses povos recém-convertidos mantinham, mesmo que às escondidas, sua primitiva religião. Essa realidade de duplicidade religiosa se mantém ainda hoje na Igreja onde a fé nem sempre alcança a densidade ou a intensidade necessária.
Métodos Missionários
Aos poucos a Igreja foi aprimorando seu método evangelizador e, de forma resumida, podemos elencar ao menos três métodos missionários empregados na evangelização da Europa medieval. O primeiro método era o do convencimento: o missionário anunciava o Evangelho nos povoados e cidades, convencendo e batizando, depois organizava as estruturas da Igreja. É o método praticado por São Bonifácio na Alemanha, por exemplo. Ele é mais demorado, porém, muito mais profundo e duradouro, gerando constância e perseverança. Nesse método os missionários fixam residência no meio do povo, convivendo e assumindo parte de seus costumes e de sua cultura. O testemunho do missionário é fundamental na conversão das pessoas.
O segundo método era o da conversão dos chefes, reis ou príncipes, que depois traziam seu povo à nova fé. Assim aconteceu nas Gálias, na Espanha e na Inglaterra. Esse método muitas vezes era mais rápido, mas não gerava o convencimento e nem a profundidade suficiente. Muitas vezes as pessoas se convertiam mais por conveniência do que convicção.
O terceiro método, sem justificativa na história missionária anterior, foi o das conversões forçadas, aplicado por Carlos Magno e seus sucessores aos saxões e outros povos. Depois de uma vitória militar restava aos derrotados uma dupla opção: batismo ou morte. Conversões forçadas, fingidas, por interesse, longe da mansidão e do convencimento da tradição crista aconteciam com mais frequência nesse método missionário.
Inaugurava-se, com isso, uma prática que não tem justificativa e que traria repercussão extremamente negativa na história: a violência posta a serviço do Evangelho ou da unidade da Igreja. Por vezes, chegava a acontecer a destruição dos lugares sagrados e de templos dos que não aceitavam a fé cristã. Às vezes, a intenção até que era boa, mas, no fundo, acontecia uma grande falta de respeito pelas antigas culturas. A justificativa por parte de muitos é que, dessa forma, se evitava a tentação do retomo ao paganismo.
A partir da visão ecumênica ou de diálogo religioso hoje praticado, essa atitude de alguns seguimentos da Igreja foi totalmente deplorável.
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