
A imprensa, principalmente as mídias católicas e as redes sociais, têm repercutido nos últimas dias a opinião do Bispo Emérito da Prelazia do Marajó (PA), Dom José Luiz Azcona Hermoso sobre a realização do Sínodo na Amazônia. Ele traz críticas e sugestões sobre o Instumentum Laboris (instrumento de trabalho) que é o documento que guiará a realização do sínodo que acontece em outubro deste ano.
Há que se levar em consideração várias questões sobre o assunto. Primeiro, o fato de que Dom Azcona é um profundo conhecedor da realidade amazônica, pois há 34 anos vive pessoalmente, e acompanha, desde então, a vida das pessoas que residem nos locais mais distantes.
Ele já foi ameaçado de morte por defender os mais fracos e oprimidos, principalmente por sair em defesa de vítimas da exploração sexual infantil, os indígenas, os quilombolas, os pobres e miseráveis. Até hospitalizado por um ataque de búfalo ele já foi, justamente por não ter preguiça de ir a campo. À reportagem do A12, ele disse que escolheu morrer no Marajó e de lá nunca sairá, porque é dali que constrói o Reino de Deus e ajuda o povo amazônico.
Outra questão importante é levar em consideração o direito que Dom Azcona tem em trazer sugestões, em avaliar e trazer críticas para o bem. Na entrevista abaixo, ele sugere que o rosto amazônico, não é meramente um rosto indígena e que por isso, o Sínodo deveria colocar na mesa de trabalho uma diversidade cultural e de desafios para evangelização que a Amazônia, principalmente a brasileira, nos traz. Ele destaca:
Leia MaisDom Claudio Hummes: "O caminho é o diálogo"- O avanço de igrejas pentecostais, que considera de pouca credibilidade e responsabilidade;
- Sugere um olhar pelas comunidades quilombolas e ribeirinhas, mais numerosas que as etnias indígenas;
- A realidade urbana, que pode chegar a 80% da população (as grandes cidades também deveriam ser pauta, devido a todos os riscos e desafios que enfrentam).
O importante é o fato de que Dom Azcona, em momento algum, se diz contra a realização desse marco para toda a Igreja. Ele deixa claro que não é contra a realização do Sínodo, ou contra o Papa e tampouco contra os indígenas. Entretanto, não deixa de expor sua opinião sobre como o encontro poderia ser melhor, levando em conta e trazendo as necessidades daquela região com um rosto mais fiel a realidade.
Apesar das duras críticas, Dom Azcona se diz animado e acredita que ainda dá tempo de contemplar todas as urgências necessárias.
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