O Papa Francisco, na sua homilia de quinta-feira santa deste ano, falou de uma característica fundamental que os sacerdotes precisam ter atualmente, a semelhança de Jesus. Essa característica é a “proximidade”. Assim disse o Santo Padre: "A proximidade é mais do que o nome de uma virtude particular, é uma atitude que envolve a pessoa inteira, o seu modo de estabelecer laços, de estar contemporaneamente em si mesma e atenta ao outro. Quando as pessoas afirmam, sobre um sacerdote, que está perto da gente, habitualmente fazem ressaltar duas coisas: a primeira é que está sempre (ao contrário do que nunca está; deste costumam dizer: Já sei, padre, que está muito ocupado. E a outra coisa é que sabe ter uma palavra para cada um. -Fala com todos – dizem as pessoas –, com os grandes, com os pequenos, com os pobres, com aqueles que não creem… Padres próximos, que estão, que falam com todos…, padres de estrada".
Não é algo novo do Papa. Em muitas ocasiões o escutamos falar de ir às periferias, de cheirar a ovelha (Estar próximo, portanto, delas). Mas o interessante é que nessa homilia ele conecta esse estar próximo com a própria encarnação de Jesus. Se os sacerdotes precisam estar próximos é porque o próprio Deus se fez próximo primeiro, vindo a este mundo para nos salvar.
Leia MaisConhecendo os Evangelhos: Até mesmo na boca do LeãoTrabalhadores do campo carregam valores já esquecidosEducar e instruir para o Éthos Conhecendo os Evangelhos: Ser profeta como JesusUm grande perigo que o Papa aponta em sua homilia é a de se distanciar dos outros por meio de verdades abstratas: “Devemos estar atentos para não cair na tentação de fazer ídolos com algumas verdades abstratas. São ídolos cômodos, ao alcance da mão, que dão um certo prestígio e poder e são difíceis de reconhecer”. E com que facilidade um sacerdote pode cair nesse tipo de tentação. Porque é verdade que ele tem esse múnus de ensinar, e no meio desses estudos, hoje é fácil ficar em um certo “mundo das ideias”, distante da realidade.
Mas o Papa até se atentou para que essa atitude de proximidade é também a chave para a verdade: “Mas penso que precisamos de assumir melhor o fato de que a proximidade é também a chave da verdade; não só da misericórdia, mas também a chave da verdade”. Ou seja, à verdade se aproxima, não se conhece no sentido forte da palavra. Isso porque a nossa razão é limitada e se bem podemos fazer maravilhas com ela e realmente avançar no conhecimento da realidade, essa mesma realidade sempre nos escapará! E a essa “escapada” da verdade é que nos aproximamos como podemos com as nossas ferramentas humanas.
Em outras palavras, o sacerdote se aproxima da verdade dos homens porque Deus mesmo se aproximou dessa realidade a tal ponto que se fez homem como nós. Por isso tanta insistência em tocar as chagas de Cristo nos mais pobres, de sair às periferias. Porque é sendo um “padre de estrada”, como Jesus foi “de estrada” também, que um sacerdote se assemelha ao único verdadeiro Sacerdote que é Cristo Jesus.
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