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Curiosidades da História: Uma breve história do pão

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

15 MAI 2022 - 07H00 (Atualizada em 16 MAI 2022 - 15H08)

YesPhotographers/ Shutterstock

Como é gostoso começar o dia com um pão quentinho, que pode ser saboreado de tantas formas diferentes!

Graças à sua importância, o pão é considerado o alimento mais popular no mundo, sendo produzido em quase todas as sociedades. Mas ele não foi feito da mesma forma e nem sempre teve sempre o mesmo aspecto e o mesmo sabor. Aos poucos, sua produção foi se alterando, chegando ao que nós temos nos dias de hoje.

Estudos mostram que o pão começou a ser produzido há uns seis mil anos, na região da Mesopotâmia, Iraque atual, sendo difundido posteriormente nas demais civilizações da Antiguidade.

A origem do pão está ligada à Revolução do Período Neolítico, quando teve início o processo de sedentarização do ser humano, graças ao desenvolvimento da agricultura. E o trigo foi um dos primeiros cereais a ser usado nessa atividade produtiva.

Por outro lado, o processo de fermentação cresceu a partir de uma técnica desenvolvida pelos egípcios, ali pelo ano 4000 a.C., dando ao pão o aspecto bem próximo do que conhecemos hoje em dia.

Leia MaisCuriosidades da História: O uso dos garfos e as mudanças na culináriaPor que 1º de abril é o dia da mentira?Quem organizou o calendário como nós o temos hoje em dia?Curiosidades da História: Você sabia que o costume de ir à praia surgiu por recomendação médica?Por ser um produto tão necessário à alimentação, o pão chegou a ser usado até como moeda de troca. Parece que os faraós o utilizavam como meio de pagamento para serviços realizados. Em Roma, o pão foi um dos componentes da política do pão e circo, utilizada pelos imperadores para manter a satisfação e o comodismo da população, desviando sua atenção das precárias condições de vida e dos problemas que o império enfrentava. Já vimos cenas em filmes em que o pão ou o trigo eram distribuídos em espetáculos promovidos pelo império.

Quando chegamos ao período da Idade Média, o pão já era feito em casa pelos camponeses, mas devido à limitação agrícola e técnica, quase sempre era um produto de menor qualidade, de sabor e componentes até bastante duvidosos.

Na mesma Idade Média surgiu a figura do padeiro, que aos poucos foi se organizando em corporações, controlando o processo de produção do alimento e gozando de prestígio nas cortes.

Na Revolução Francesa (1789), a escassez do trigo e, por tabela, do pão, tornando o alimento escasso e mais caro e, portanto, inacessível a muita gente, vai alimentar a revolta da população que chegará a forçar a queda da monarquia.

A partir do século XIX, com a Revolução Industrial, a produção do pão ganhou mais força, com o desenvolvimento de técnicas de moagem do trigo nos moinhos agora movidos a vapor. A produção passou a ser feita em larga escala, destinada a alimentar os patrões e também a classe operária, que crescia nas periferias das cidades industriais.

Como quase tudo que usamos hoje em dia, o pão tem uma longa história, com muitas curiosidades e fatos pitorescos. Fato é que é um alimento que já está espalhado pelo mundo todo, com sua fabricação envolvendo métodos diferentes, com grande variedade de tipos, sabores e qualidades.

Mas, apesar dessa história e de sua importância, uma grande parcela da população mundial não tem acesso “ao nosso pão de cada dia” e a cultura do desperdício precisa ser extirpada de nossa história, porque com o pão que vai para as latas de lixo seria possível alimentar uma grande quantidade de pessoas.

Por essas e tantas outras razões, Jesus Cristo escolheu permanecer entre nós na forma do pão que, consagrado, se transforma no Seu corpo, que nos é dado em comunhão, e a partilha do pão continua sendo e sempre será a forma mais bonita e a melhor expressão da verdadeira fraternidade. Como canta o compositor:

“Bastariam dois pães e dois peixes, e o milagre do amor, pra acabar com tanta forme e acabar com tanta dor”!

Escrito por:
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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