Santo Padre

4 pontos da entrevista do Papa Francisco sobre as guerras atuais

Papa pede, principalmente, para que governantes não tenham "vergonha de negociar"

Escrito por Redação A12

11 MAR 2024 - 10H01 (Atualizada em 11 MAR 2024 - 12H20)

Vatican Media

O Santo Padre, o Papa Francisco concedeu entrevista no início de fevereiro a Rádio Televisão Suíça (RSI) para a revista cultural “Cliché”, antecipada para o último sábado (09) por algumas agências, com transmissão agendada da emissora suíça em 20 de março.

Leia pontos importantes declarados pelo Papa:

“Não tenham vergonha de negociar”

A cor “branca” foi a motivação da entrevista e, primeiramente, abriu-se a discussão sobre as guerras atuais, no qual Papa Francisco pede que a negociação seja a solução para o fim da guerra.

“Olhemos para a história, as guerras pelas quais passamos, todas elas terminam com um acordo. Mas creio que é mais forte quem vê a situação, quem pensa nas pessoas, quem tem a coragem da bandeira branca, para negociar. E hoje se pode negociar com a ajuda das potências internacionais. A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não estão indo bem, precisa ter a coragem de negociar. Você tem vergonha, mas com quantas mortes isso vai acabar?”.

Questionado sobre seu papel de negociador pelo jornalista Lorenzo Buccella, respondeu: Estou aqui, ponto. Enviei uma carta aos judeus de Israel, para refletir sobre essa situação. Negociação nunca é rendição. É a coragem de não levar o país ao suicídio.”

:: Papa Francisco se pronuncia sobre os dois anos de Guerra na Ucrânia

Apelo do Papa aos poderosos da Terra

Reforçando sua fala desde o início dos conflitos de que “a guerra é sempre uma derrota, uma derrota humana e não geográfica”, o Papa respondeu à pergunta do jornalista a respeito dos grandes poderosos da Terra, como eles respondem aos apelos de cessar-fogo do Pontífice.

“Alguns dizem: é verdade, mas precisamos nos defender… E depois você percebe que eles têm a fábrica de aviões para bombardear os outros. Defender-se não, destruir. Como termina uma guerra? Com morte, destruição, filhos sem pais. Sempre há alguma situação geográfica ou histórica que provoca uma guerra… Pode ser uma guerra que parece justa por razões práticas. Mas por trás de uma guerra está a indústria de armamentos, e isso significa dinheiro”.

Um Papa também erra?

Sobre a relação de um papa com seus próprios erros, suscitando uma conversa sobre o lado sombrio das pessoas, até mesmo de um Papa, o Santo Padre reforça que, como pecadores, precisamos ser maduros para lidar com os próprios erros.

“É forte, porque quanto mais poder uma pessoa tem, (mais) ela corre o risco de não entender os deslizes que comete. É importante ter uma relação autocrítica com os próprios erros, com os próprios deslizes. Quando uma pessoa se sente segura de si porque tem poder, porque sabe se virar no mundo do trabalho, das finanças, ela tem a tentação de esquecer que um dia estará mendigando, mendigando juventude, mendigando saúde, mendigando vida… é um pouco como a tentação da onipotência. E essa onipotência não é branca. Todos nós temos de ser maduros ao lidar com os erros que cometemos, porque somos todos pecadores”.

O Papa e sua vestimenta branca

Respondendo sobre o valor que o branco tem para a Igreja, principalmente usado em paramentos em festas da igreja como domingos de Páscoa, de Natal, o Pontífice afirmou que o branco também tem um significado de alegria, de paz, de coisas bonitas.

Em uma pergunta a respeito de seu primeiro dia como Papa ao vestir o hábito branco, respondeu com humor: “Penso somente nas manchas, porque isso é terrível: branco atrai manchas”.

arrow_forward Resposta do Vaticano à entrevista

O diretor e porta-voz da Sala de Imprensa, Matteo Bruni, respondeu às perguntas de alguns jornalistas sobre a antecipação da entrevista, explicando que o desejo de Francisco para a Ucrânia, que ele sempre descreveu como “um país martirizado”, está todo resumido nas palavras já expressas no Angelus de 25 de fevereiro, um dia após o dramático duplo aniversário do início do conflito, no qual ele reiterou seu afeto muito profundo pela população. E isso é a fim de “criar as condições para uma solução diplomática em busca de uma paz justa e duradoura”.

E reiterou que “o desejo do Papa é e continua sendo aquele que ele sempre repetiu nestes anos, e recentemente repetiu por ocasião do segundo aniversário do conflito: 'Ao tempo em que renovo o meu mais profundo afeto pelo povo ucraniano martirizado e rezo por todos, em particular pelas inúmeras vítimas inocentes, peço que se encontre um pouco de humanidade que permita criar as condições para uma solução diplomática na busca de uma paz justa e duradoura'”.

:: Papa pede “pressa” a Deus para acabar com guerra na Ucrânia

Fonte: Vatican News

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