Na Audiência Geral desta quarta-feira (24), o Papa Leão XIV deu continuidade à catequese sobre o mistério do Sábado Santo. O Santo Padre destacou que este é o dia em que “o céu visita a terra mais profundamente. É o momento em que cada canto da história humana é tocado pela luz da Páscoa”.
:: Não leu a primeira parte da catequese? O Papa disse que a "esperança cristã nasce do silêncio". Leia!
Segundo o Pontífice, o Sábado Santo não é silêncio vazio, e, na verdade, se torna uma ação invisível de salvação. “Cristo desce à morada dos mortos para levar o anúncio da Ressurreição a todos os que estavam nas trevas e na sombra da morte”, disse.
Para o Papa, este gesto expressa “o amor mais profundo e radical de Deus pela humanidade”, e lembra que não basta dizer que Jesus morreu por nós, é preciso compreender que sua fidelidade quis “nos buscar lá onde nós mesmos nos tínhamos perdido”.
O inferno, explicou, não é apenas um local, mas uma condição existencial. Um estado de solidão, dor, culpa e distância de Deus. “Cristo nos alcança mesmo neste abismo. Ele entra, por assim dizer, na própria casa da morte, para esvaziá-la e libertar seus habitantes, tomando-os pela mão um a um”.
O Papa reforçou que “Cristo penetrou nas trevas mais densas para alcançar até os menores de seus irmãos e irmãs. Neste gesto há toda a força e a ternura do anúncio pascal: a morte nunca é a última palavra”.
Leão XIV afirmou ainda que a descida de Jesus não se refere apenas ao passado. Toca a vida de todos hoje. O inferno também se manifesta no cotidiano: na solidão, na vergonha, no abandono, no peso da existência.
Cristo entra nessas realidades para testemunhar o amor do Pai. “Não para julgar, mas para libertar. Não para culpar, mas para salvar”, disse.
“O Senhor desce lá onde o homem se escondeu por medo e o chama pelo nome, o toma pela mão, o levanta e o leva de volta à luz. Ele o faz com plena autoridade, mas também com infinita doçura, como um pai com o filho que teme não ser mais amado”, destacou o Papa.
E completou: “Cristo não retorna à vida sozinho, mas arrasta consigo toda a humanidade. Esta é a verdadeira glória do Ressuscitado: é a força do amor, é solidariedade de um Deus que não quer salvar-se sem nós, mas somente conosco”.
Leão XIV frisou que, se Cristo desceu ao mais profundo, nada está fora da Redenção. “Não há passado tão arruinado, nem história tão comprometida que não possa ser tocada pela misericórdia”.
E encerrou ao recordar que a descida de Jesus não é derrota. “Não é fracasso, mas o caminho pelo qual Ele mostra que nenhum lugar é distante demais, nenhum coração é fechado demais, nenhum túmulo é selado demais para o seu amor”.
O Papa concluiu afirmando: “Se às vezes nos parece tocar o fundo do poço, recordemos: é desse lugar que Deus é capaz de começar uma nova criação. Uma criação feita de pessoas ressuscitadas, de corações perdoados, de lágrimas enxugadas”.
Ao final da Audiência, o Papa anunciou uma vigília especial de oração em 11 de outubro, às 18h, na Praça São Pedro. A data recorda São João XXIII, o Concílio Vaticano II e sua mensagem de esperança pela paz. Ele convidou todos os fiéis a rezarem o Rosário ao longo de outubro, mês dedicado a esta oração mariana.
Leão XIV destacou que a iniciativa busca fortalecer a união espiritual da Igreja diante dos desafios do mundo atual. “Queridos irmãos e irmãs, neste nosso tempo, entre os escombros do ódio que mata, sejamos portadores do amor de Jesus que ilumina e reergue a humanidade. Deus vos abençoe!”, disse.
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