Santo Padre

Papa: A beleza de sentir-se amado e de amar em nome de Deus

Pontífice sempre fala a respeito da ternura de Deus e Seu amor incondicional por cada um de nós

Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R. (Arquivo pessoal)

Escrito por Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R.

03 FEV 2022 - 09H03 (Atualizada em 03 FEV 2022 - 09H48)

SergioVazquezARG/ Shutterstock

As audiências do Papa Francisco são momentos ricos para tratar de temas que aprofundam e atualizam a vivência cristã, fundamentada nos Evangelhos.

Recentemente, na audiência de 19 de janeiro, transmitindo uma mensagem aos encarcerados e se servindo da conhecida parábola do “filho pródigo” ou “pai misericordioso”, Francisco falou da “ternura” como “modo inesperado de fazer justiça”.

Em outra audiência, em 13/09/2018, recebendo participantes de um Congresso de Teologia, o Papa afirmou que os conteúdos da “ternura” são dois: “a beleza de sentir-se amado por Deus e a beleza de amar em nome de Deus”. E demonstrando a força da ternura como expressão prática do amor, disse:

“A ternura é algo maior do que a lógica do mundo”.

A ternura é um modo inesperado de fazer justiça

Refletindo a parábola do Pai misericordioso e o acolhimento ao filho pródigo, Francisco fez ligação da ternura com a prática da justiça, ao argumentar que o filho da parábola (Lc 15,11-32), já esperava uma punição, estava arrependido de sua rebeldia e pecados cometidos, estava se entregando ao pai, aceitando ser tratado como um dos criados; e, ao contrário, sente-se abraçado e amado pelo pai.

O Papa classifica o gesto como “ternura”, “algo maior do que a lógica do mundo” e “um modo inesperado de fazer justiça”.

Leia MaisO que diz o Papa sobre ir à igreja e odiar os outros?O nascimento de Cristo é a festa da compaixão, a festa da ternuraDeus não se assusta com nossos pecados, mas com a falta de fé no seu amor

Mostrando a importância da expressão forte do amor através da ternura, Francisco afirma que “sem a ‘revolução da ternura’, corremos o risco de permanecer prisioneiros numa justiça que não permite erguer-se facilmente e que confunde a redenção com a punição”.

Mesmo porque “Deus não se assusta com nossos pecados, nossos erros, nossas quedas, mas se assusta com o fechamento do nosso coração - isto sim O faz sofrer - com a nossa falta de fé no seu amor”. Mesmo falando da bondade do Pai, Francisco mostra que a ternura requer iniciativas e aponta o Sacramento da Reconciliação:

“A ternura não é uma questão emotiva ou sentimental - é a experiência de sentir-se amado. Por isso, é importante encontrar a Misericórdia de Deus, especialmente no Sacramento da Reconciliação”.

A ternura presente na Cruz

“A Cruz é o sigilo da ternura divina que se busca nas chagas do Senhor”. Mesmo tratando de uma realidade tão forte como a “cruz”, o Papa nos leva a fazer a leitura dessa passagem para encontrar uma ‘proposta de conversão’:

“A paixão de Cristo nos convida a transformar o nosso coração de pedra num coração de carne, a apaixonarmo-nos por Deus. A ternura de Jesus ajuda-nos a aproximar-nos das feridas do Corpo de Cristo, que hoje são visíveis nos irmãos despojados, humilhados e escravizados. Precisamos de uma revolução da ternura, que nos torna mais sensíveis diante da obscuridade da vida e das tragédias da humanidade”.

E Francisco diz que isso é possível porque “quando uma pessoa se sente realmente amada, é levada também a amar”.

Escrito por
Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R. (Arquivo pessoal)
Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R.

Missionário redentorista com bacharelado em Teologia (UCSal), pós-graduado em Comunicação e Cultura Brasileira (SEPAC-PUC/SP) e mestrado em Comunicação e Semiótica (PUC/SP).

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Por Redação A12, em Santo Padre

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